Cheirou a empate. A dois, ou três pontos perdidos. O pesadelo chegou a adensar-se e o sonho do 'penta' chegou a 'estar por um canudo'. No segundo tempo da partida na Mata Real, o Benfica teve que 'meter a quinta' para não perder o comboio do título. A pressão está agora do lado dos dois rivais, que ainda têm uma partida por disputar antes de medirem forças entre si no próximo fim de semana no Dragão.

Entrada em falso do Benfica, que começou a perder logo aos nove minutos. Grimaldo meteu a 'pata na poça', deixou-se antecipar por Xavier que cruzou para Luiz Phellype bater de forma inapelável Varela. O conjunto orientado por João Henriques demonstrou ter feito bem o trabalho de casa e o Paços apareceu desinibido nos primeiros 45 minutos. Muito forte nos flancos, com Pedrinho e Xavier, o reforço Rúben Micael a pautar o jogo e Luiz Phellype na frente, os 'castores' colocaram muitos problemas à equipa de Rui Vitória. E verdade seja dita: Só no final da primeira parte é que o Benfica criou verdadeiro perigo junto da baliza contrária.

Já Rui Vitória apostou na mesma equipa que goleou o Portimonense, com Rafa a merecer novamente voto de confiança do timoneiro das águias - E que jogo fez o dianteiro.

Ao falhar dois golos feitos na primeira parte, por intermédio de Rafa e Jonas (42 e 43), o Benfica entrou com todo o fulgor no segundo tempo.

Com o sonho do Penta por um fio, Rui Vitória colocou em jogo Jiménez e Seferovic. A entrada do mexicano, como o técnico encarnado admitiu no final da partida, abriu espaço para Jonas, que até aí tinha estado escondido no jogo.

Com mais oportunidade para aparecer em zonas de finalização e perante o abaixamento da equipa pacence, o brasileiro aproveitou. Foi letal na recarga, a um remate de Jiménez. Feito o mais difícil: O golo - Os encarnados foram à procura da vantagem e acabaram por marcar mais um tento. Bis de Jonas depois de assistência de Seferovic.

Com o Paços já aos papeis, Rafa assinou o terceiro golo e estabeleceu o resultado final. Vitória difícil, mas sem margem para dúvidas do Benfica, que demonstrou argumentos para o 'sprint' final da luta pelo título.

Momento

O jogo aproximava-se do fim, e Jonas voltou a ser desbloqueador de serviço das águias, ao marcar o golo da reviravolta encarnada (88´).

Altos

Jonas

Bisou e já leva 27 golos no campeonato. Muita classe a finalizar. Voltou a levar o Benfica ao colo.

Rafa

Atravessa um enorme momento de confiança. Está 'leve' em campo, longe dos jogos em que a bola parecia que queimava. Tudo lhe saiu bem. Fez a diferença com a sua qualidade técnica e individual e teve ação proponderante no primeiro golo de Jonas. Deu 'água pela barba' à defensiva do Paços, que o diga Quiñones. Coroou a excelente exibição com um golo.

Miguel Vieira

O central português representou em pleno a garra dos 'castores'. Teve corte milagroso ao minuto 42, após cabeceamento de Jonas. Na segunda parte, gastaram-se as pilhas, à semelhança do resto da sua equipa.

Rúben Micael

Ao minuto 35 minutos patentou jogada de mestre, antes de tentar servir um companheiro para finalizar. Pautou o jogo dos pacences e incutiu 'tarimba' a uma equipa que necessita de confiança.

Luiz Phellype

Finalização perfeita num remate seco após assistência de Xavier. Acabou por perder gás no segundo tempo e foi rendido por Bruno Moreira (74´).

Baixos

Grimado

Perdeu a bola em zona proíbida e na sequência da lance, o Paços não perdoou. A desatenção podia ter custado caro.

Jonas explicou dedicatória a Luisão: "Ele disse-me que ia render mais se me focasse no jogo"

João Henriques: "Tenho que enaltecer o que fizemos hoje"

Miguel Vieira: "Fizemos 70 minutos fantásticos"

Rui Vitória: "Os campeões fazem-se assim"