Sete vitórias, 26 golos marcados, um golo sofrido. É este o registo do Sporting na soma dos últimos sete jogos que disputou (três para a I Liga, quatro para a Taça da Liga). Números que impressionam, depois de um arranque de temporada com mais baixos do que altos, e que confirmam que os leões atravessam mesmo o seu melhor momento da época. Há mais de um ano (desde o início de dezembro de 2021, quando chegou às 12) que a turma de Alvalade não somava tantas vitórias seguidas.

A vítima, desta feita, foi o Paços de Ferreira (que mostrou por que razão ocupa o último lugar da I Liga) e teve na sua génese os dois homens que atuam pelas e que voltaram a mostrar a sua preponderância neste Sporting atual: Pedro Porro na direita e Nuno Santos na esquerda somaram um golo e uma assistência cada um.

O outro golo do triunfo sobre o Paços por 3-0 (mais um jogo - o quinto consecutivo - sem sofrer) foi assinado por outro dos homens do momento da formação leonina: Paulinho, a personificação perfeita de um Sporting cada vez melhor e mais confiante. Os leões fecham o ano em grande. Resta saber se não será já tarde demais...

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O jogo: corredores com asas (e golo)

A história do jogo ficou escrita logo com o primeiro golo. Estavam decorridos apenas três minutos quando Nuno Santos cruzou da esquerda e Pedro Porro cabeceou para o 1-0 (com a ajuda preciosa do guarda-redes dos forasteiros). Para um Paços a estrear o seu terceiro treinador da época, afundado na causa da classificação e ainda sem vitórias esta época, foi um golpe demasiado duro.

Porro e, sobretudo, Nuno Santos continuaram endiabrados. Depois de assistir para o primeiro golo, o ala esquerdo português assinou, ele mesmo, o segundo, finalizando da melhor forma uma fantástica jogada coletiva de contra-ataque em que só teve de tocar a bola para o fundo da baliza deserta.

A toada do encontro não mudou, com o Paços incapaz de incomodar, e o resultado ficou fechado ainda os primeiros 45 minutos. Porro, que havia apontado o primeiro golo, fez a assistência para o terceiro. Cruzamento perfeito direita e Paulinho a aparecer a desviar para o fundo das redes, assinando o seu sétimo golo nos últimos cinco jogos.

Num jogo em que o Sporting não pôde contar com os dois habituais homens do meio-campo (Ugarte, por castigo, e Morita, por lesão), Rúben Amorim apostou em recuar Pedro Gonçalves e em lançar para a titularidade (algo que havia anunciado na véspera) o Dário Essugo. Os dois deram conta do recado, mas curiosamente vão falhar o próximo jogo do Sporting: Pote viu o cartão amarelo e completou uma série de cinco cartões, enquanto o jovem Essugo teve, já perto do fim, uma entrada demasiado impetuosa sobre um adversário e viu o cartão vermelho direto, naquele que terá sido o único aspeto negativo da noite para os leões.

O momento: Porro cabeceia, Jordi compromete

Minuto 3: Antunes entrega mal a Trincão, que deixa para Pedro Gonçalves; este abre para Nuno Santos, que cruza para a área onde aparece Porro a cabecear e a bater Jordi, que ficou muito mal na fotografia. Um golo madrugador que ditou o rumo do jogo...

O melhor: Porro e Nuno Santos endiabrados, Paulinho a confirmar bom momento

Numa exibição em que todos os setores do Sporting estiveram à altura das (poucas) exigências colocadas pelo Paços, o destaque vai para os homens que marcaram os golos.

Nuno Santos confirmou, uma vez mais, a excelente temporada que tem estado a realizar, mostrando técnica, velocidade e disponibilidade para o jogo nas muitas vezes em que a equipa o procurou. Fez a assistência para o primeiro golo e marcou o segundo: já leva seis golos e quatro assistências esta época.

Pedro Porro, na direita, foi o espelho perfeito do seu colega na esquerda, imitando-o também com um golo e uma assistência. São já dois golos e nove (!) assistências em 2022/23.

Paulinho, por seu lado, voltou a fazer o gosto ao pé (à cabeça, neste caso) e chegou aos nove golos na época. Tinha dois golos marcados até finais de novembro (em 14 jogos). Agora, no espaço de menos de um mês, marcou sete em apenas cinco jogos.

 O pior: um Paços sem remendo e a expulsão de Essugo

E vão 18 jogos oficiais esta temporada sem conhecer o sabor da vitória para o Paços de Ferreira (quatro empates e 14 derrotas). Na I Liga são dois empates e 12 derrotas. Em Alvalade, na noite de quinta-feira, os castores mostraram o porquês de tão desesperantes números e foram incapazes de incomodar o Sporting ao longo dos 90 minutos.

Nos leões, Dário Essugo foi pela segunda vez titular na I Liga. E até estava a corresponder aos elogios que Rúben Amorim lhe havia feito na véspera, quando na conferência de imprensa de antevisão ao jogo anunciou que o jovem médio seria titular. Só que Essugo acabaria por abandonar o relvado em lágrimas, depois de ver um cartão vermelho direto por uma entrada demasiado impetuosa na discussão de um lance com um adversário. A oito minutos do fim e com o jogo totalmente resolvido. Só tem 17 anos e irá certamente aprender que há momentos em que pode gerir melhor essa impetuosidade...

As reações

Rúben Amorim faz balanço de 2022: "Não foi muito satisfatório"

Coates chegou aos 300 jogos pelo Sporting e foi homenageado: "Nunca pensei atingir esta marca"

Antunes agradece carinho dos adeptos do Sporting e reconhece "situação difícil" do Paços

O resumo