O Desportivo de Chaves está de regresso à II Liga portuguesa de futebol, após duas épocas consecutivas no principal escalão, totalizando 21 derrotas, numa campeonato em que conquistou os ‘títulos’ pior ataque e pior defesa.

O emblema transmontano viu confirmada a descida à penúltima jornada, ao perder com o Famalicão e deitar por terra a derradeira hipótese de lutar pela permanência, para terminar a época no último posto, com 23 pontos.

No arranque da temporada, o técnico José Gomes assumiu “ser um risco desmedido” desejar mais do que a manutenção, tal como o presidente da SAD, Francisco José Carvalho, que revelou contar com mais 30% de orçamento face à época anterior, cerca de oito milhões de euros, incremento que permitia refazer o plantel que perdera 14 jogadores.

Na antecâmara da 19.ª participação na elite do futebol nacional, os transmontanos contavam, apenas, com nove reforços, a par da aquisição do passe de Sandro Cruz e das renovações de Langa e Guima.

Após cinco derrotas em cinco jornadas, Moreno (ex-Vitória de Guimarães) substituiu José Gomes e prometeu trabalhar para “fazer melhor” que o antecessor, tendo conseguido arrecadar sete pontos nos três jogos seguintes.

A série positiva foi ‘sol de pouca dura’ e os transmontanos só voltaram a conhecer o sabor da vitória na 12.ª ronda, diante do Vizela, para, logo depois, estarem sete jornadas sem vencer.

Depois de um mercado de inverno parco em chegadas, as inesperadas saídas de Langa e Abass adensaram o clima de tensão em Chaves, com Moreno a encarar a receção ao Boavista, da 22.ª jornada, como uma final que era preciso ganhar.

Cumprido o objetivo, o clube voltou a entrar numa espiral recessiva, somando seis jogos seguidos sem vencer quando restavam, apenas, sete para o final da temporada.

Os flavienses voltaram a sonhar ao bater o Vizela e empatar com o Estoril Praia, mas estavam obrigados a vencer os quatro duelos em disputa, só que somaram três derrotas consecutivas e ‘tombaram’ na penúltima jornada.

Já despromovido, o Desportivo de Chaves terminou a época como começou, com uma derrota, a 21.ª, frente ao campeão Sporting.

Numa temporada de má memória, a única ‘figura de proa’ foi Héctor Hernández: além de ter sido o jogador que cumpriu mais minutos (2.608), o espanhol apontou 14 golos e foi o autor do primeiro ‘hat-trick’ do campeonato, feito que lhe mereceu o título de melhor marcador da prova à oitava jornada.