Em entrevista ao jornal 'Record', Bruno de Carvalho desenhou a forma como o ataque à Academia de Alcochete foi realizado e recusa ter responsabilidade pela situação.
"Vou-lhe explicar como funciona a Academia", começou por dizer Bruno de Carvalho para, de seguida, começar a ilustrar o percurso dos agressores. "Isto é o portão, tem uma cancela e um estacionamento. Aqui são os campos. [Os invasores] vieram por aqui, naquele formato militar - acho curioso termos um militar a candidato", disse Bruno de Carvalho em tom de acusação a Frederico Varandas.
"Foram até aos campos, encontraram-se com o Jorge Jesus e disseram-lhe 'não é nada consigo. Onde são os balneários?!'", continuou a explicar. "Deram depois pontapés em duas portas de metal e numa outra, que é de vidro, forçaram a abertura com as mãos. Nesse ponto, por indicação minha desde que cheguei ao Sporting, era preciso utilizar um cartão para entrar", afirmou.
"Dizem-me que alguém deu ordem, sem perguntar à administração, para que retirassem isso do cartão. Era só chegar e o sensor abria as portas. Estranho como se altera assim uma medida de segurança...", disse. Bruno de Carvalho admitiu saber quem deu a ordem, mas não revelou nomes. "Está no relatório, claro que sei. As pessoas têm a mania que sabem tanto que depois, quando as coisas correm mal, tenho pena que não assumam a sua quota parte de culpa".
Questionado se considera o ataque a Alcochete como um plano contra ele, Bruno de Carvalho afirma que "não, não sou tão maldoso quanto as pessoas o são relativamente a mim".
Bruno de Carvalho não ficou por aqui e continuou a análise ao dia 15 de maio. "Então nós sabemos qie estão 50 terroristas a entrar e, como há outra porta que dá acesso a um pátio interior e para a rua, porque é que os jogadores não foram todos embora? Nada disto tinha acontecido", disse Bruno de Carvalho, levantando dúvidas sobre os presentes no balneário.
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