Bruno de Carvalho afirmou esta quinta-feira que não se demite do cargo de presidente do Sporting e considerou que o recente ataque à equipa na Academia do clube, em Alcochete, teve origem em manobras externas ao clube para deitar a baixo a sua liderança.

"Digo aos sportinguistas que estão aqui presentes membros da direção, Comissão Executiva  e Conselho Fiscal. Sporitng está a ser alvo de um araque sem precedentes. Mas não nos vamos demitir!", começou por dizer Bruno de Carvalho na leitura do comunicado do Conselho Diretivo do Sporting.

"O Sporting está a ser alvo de um ataque interno e externo. O objetivo é obrigar à nossa demissão, mas não nos vamos demitir num momento em que se pede responsabilidade e há pressões tremendas para mais demissões. Inclusivamente dizendo às pessoas que nunca mais terão trabalho na sua vida. Acho lamentável estas ameaças e chantagens", acrescentou o presidente do Sporting.

"O Sporting joga no domingo a final da Taça de Portugal e temos um empréstimo obrigacionista nos próximos dias. Pedimos uma Assembleia Geral Extraordiária para ouvirmos os sócios. As manobras dos rivais já os percebemos, mas as manobras dos que deviam estar unidos pelo superior interior do clube não são por nós reconhecidas. O que move estes sportinguistas? Não sabemos mas havemos de perceber em breve", frisou Bruno de Carvalho.

"Ontem, toda a Mesa da Assembleia Geral foi convidada a estar presente numa reunião com o Conselho Diretivo e o convite foi negado. Como argumentar quando se recusam a reunir? Como argumentar que sejam melhor demissões do que ouvir os associados?", atirou ainda Bruno de Carvalho.

"Não nos demitimos a bem do Sporting, pelas responsabilidades que assumimos. Não estamos agarrados ao poder. Estamos disponíveis para prestar todos os esclarecimentos que todos os sócios pretendam solicitar. Temos pela frente temas inúmeros, responsabilidades e compromissos. Um empréstimo, uma nova temporada desportiva e objetivos a cumprir em variadas modalidades. Estes compromissos exigem sentido de responsabilidade, coesão e união. As pessoas que sempre garantiram o normal funcionamento do clube e da SAD são as que estão e sempre estiveram comigo. Sei que comigo continuarão", sentenciou Bruno de Carvalho.

Fernando Carvalho, único membro do Conselho Fiscal e Disciplinar que não se demitiu, falou numa “clara falta de sintonia em relação ao Conselho Diretivo do Sporting”, considerando que órgão a que pertence se constituiu como fator de oposição.

“Gostaria de acrescentar que o Conselho Fiscal e Disciplinar não tem até à data qualquer processo, indício ou razão para apresentar a sua renúncia ou até sugerir a renúncia do Conselho Diretivo ou de qualquer dos seus membros”, disse Fernando Carvalho.

Por sua vez, o responsável pela área financeira, Carlos Vieira, considerou que os sócios do Sporting “têm sido bombardeados nos últimos dias com inúmeras especulações sobre a eventual vontade dos jogadores da equipa de futebol profissional rescindirem os seus contratos” e prometeu que o CD irá “averiguar ao pormenor todas as manobras que estão a ser feitas por forma a noticiar tais ameaças e quais os interesses que se movem por trás”.

“Esperamos conhecer, muito brevemente, os responsáveis pelo ato hediondo de terrorismo que mais uma vez repudiamos e que manchou o nome do Sporting, da SAD e do seu presidente (...). Se este horrível acontecimento for motivo para rescisão por justa causa, o paradigma do mercado futebolístico, tal qual o conhecemos hoje, ficaria posto em causa”, referiu Carlos Vieira, temendo que os jogadores, por choque com toda esta situação, “possam estar a ser manobrados e enredados em algo que está a tentar desvirtuar o seu profissionalismo, numa pretensa rixa com o presidente e Comissão Executiva da SAD”.

Outro dos membros do CD presentes, Rui Caeiro, que tem a tutela das modalidades, defendeu que o Sporting foi campeão de andebol respeitando a verdade desportiva.

“Em 2016/17 a equipa de andebol do Sporting conquistou um título europeu, a Taça Challenge. Essa mesma equipa foi campeã nacional. Este ano todos puderam assistir à inequívoca superioridade da nossa equipa jogo após jogo. Tanto assim, que o título foi conseguido com três jornadas por disputar”, afirmou.