O presidente do Sporting avisou hoje os órgãos disciplinares da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que recorrerá até ao Tribunal Europeu se for constrangido no seu direito de se exprimir livremente na defesa dos direitos do clube.
“Podem proibir-me de entrar na zona técnica, de estar nas conferências de imprensa que a Liga organiza, etc, mas não me podem constranger fora do exercício das funções que decorrem dos regulamentos desportivos. Se isto acontecer, irei até às últimas consequências em todas as instâncias, desde os tribunais civis, constitucional e, se for preciso, até ao Tribunal Europeu”, escreveu hoje Bruno de Carvalho na sua conta da rede social Facebook.
É entendimento do presidente ‘leonino’ que o Conselho de Disciplina (CD) “pode exercer o seu poder disciplinar no âmbito desportivo”, mas “não tem qualquer poder” sobre ele próprio, “como presidente do Sporting nos planos societário ou associativo, e muito menos enquanto cidadão”.
Segundo Bruno de Carvalho, o seu direito e dever de se exprimir livremente em defesa dos direitos do Sporting “não decorre dos regulamentos desportivos, mas sim da Constituição”, razão pela qual o CD “não tem poderes para limitar esse direito”.
A reação do presidente do Sporting surge na sequência do castigo de 113 dias de suspensão que lhe foi aplicado na terça-feira pelo CD da FPF, que o considerou culpado de “três infrações de lesão da honra e reputação” do anterior presidente do conselho de arbitragem, Vítor Pereira.
Numa delas, Bruno de Carvalho afirmou, nomeadamente, que os jogos “não se ganham dentro das quatro linhas” e que o senhor Vítor Pereira “já ultrapassou todos os limites do ridículo”.
Noutra, referiu, na sua conta no Facebook, que a pressão sobre os árbitros “já mete nojo” e que a intenção é “provocar o pânico nos juízes que arbitram os jogos do Sporting”, além de passar a mensagem que os seus jogadores “têm de estar a ser sempre punidos”, acusando, ainda, Vítor Pereira de “ter perdido o bom senso a nomear, mas também toda a noção do ridículo”.
Finalmente, em 23 de janeiro, num artigo de opinião no jornal A Bola, criticou o que apelidou de falta de critério e bom senso em muitas nomeações: “Tem sido claro, após conflitos públicos existentes entre a instituição Sporting e alguns árbitros, no que diz respeito à sua atuação menos positiva, que os mesmos têm sido constantemente escolhidos para arbitrar jogos do Sporting numa perfeita afronta ao clube e num total desrespeito com a própria defesa do respetivo árbitro. Significa apenas o total desnorte e falta de bom senso daquele que devia decidir em prol do futebol e da classe dos árbitros: Vítor Pereira.”
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