O presidente do Paços de Ferreira, Carlos Barbosa, admitiu hoje integrar uma futura direção no clube da Liga de futebol em funções diferentes e elegeu a recuperação classificativa da equipa como um dos pontos altos da sua gestão.

Carlos Barbosa reiterou à agência Lusa a decisão de não continuar na presidência, considerando que «seis anos é muito tempo» e a sua vida profissional justifica mais atenção, mas garantiu que, «se o clube estivesse em dificuldades ou para descer, certamente continuaria».

O Paços de Ferreira reúne hoje em Assembleia-geral (AG), mas Barbosa não espera que surjam novidades, até porque «tradicionalmente não se arranjam presidentes ou soluções em assembleias».

«Reunimos esta semana com o presidente da AG [Fernando Sequeira] e vamos estudar a melhor forma», disse Barbosa, garantindo que não vê ninguém dentro da atual direção com vontade de querer assumir o leme de um clube que, garante, «está bem e recomenda-se».

Carlos Barbosa admite que o Paços Ferreira tem «alguns problemas financeiros, motivados sobretudo por atrasos dos patrocinadores», mas garante que «os salários estão em dia».

Presidente do Paços de Ferreira nas duas últimas épocas, Barbosa somou uma presença na final da Taça da Liga, dizendo tratar-se de «um marco na história do clube» e um feito tão importante, juntou, como este ano a permanência da equipa, nesta altura ainda presa por pormenores, depois de um mau início de campeonato.

«Andar quase meia época em último e a aflição dos pontos foram o pior, mas sempre acreditei na equipa, com exceção de um único momento, e por 10 minutos, quando sofremos o golo do Vitória de Setúbal [o Paços venceria por 2-1, em jogo da 16.ª jornada]», explicou.

Tudo somado, Carlos Barbosa não tem dúvidas em dizer que os pacenses são tão campeões pelo que fizeram e recuperaram como será o FC Porto, caso confirme a liderança na Liga, até pela época conturbada, com três treinadores e as várias entradas e saídas de jogadores com o campeonato em andamento.

Em relação à aposta em Luís Miguel, escolhido para substituir Rui Vitória, que se mudara para o Vitória de Guimarães, e mais tarde substituído por Henrique Calisto, o presidente pacense lembrou que a escolha recaiu num «treinador jovem, com ambição e um perfil que encaixava na política do clube».

Carlos Barbosa lembrou que «ninguém tem uma varinha mágica» para justificar uma ligação que não resultou, com a mesma convicção com que garante ter existido unanimidade na escolha de Henrique Calisto por parte dos quatro elementos da direção com direito de voto nestas matérias.

«Cada diretor tem o seu pelouro e a sua área de influência, mas, em relação a estas matérias, somos quatro a decidir e todos foram unânimes em relação à vinda do Henrique Calisto», concluiu.