O juiz do processo interposto no 3º Juízo do TIC, Paulo Nunes, considerou “suficientes e fundamentados os factos” imputados a Carolina Salgado, que, na edição de 11 de Novembro de 2005 da revista Tabu, do semanário Sol, proferiu declarações que o presidente do FC Porto considerou difamatórias.

O magistrado entendeu que a acusação estava devidamente fundamentada na prova documental, onde Carolina Salgado afirma que as agressões ao então vereador da Câmara Municipal de Gondomar Ricardo Bexiga, em 25 de Janeiro de 2005, no parque de estacionamento da Alfândega do Porto, foram perpetradas a mando de Jorge Nuno Pinto da Costa.

Na entrevista ao semanário, a ex-companheira do presidente do FC Porto disse que, a pedido do presidente do FC Porto, entregou aos dois alegados agressores do autarca o montante de 10.000 euros.

No livro "Eu, Carolina", editado em Dezembro de 2006, voltou a acusar Pinto da Costa pelo espancamento de Ricardo Bexiga, que teve de ser assistido numa unidade hospitalar.

O juiz Paulo Nunes decidiu ainda arquivar por falta de fundamento as queixas contra Carolina Salgado apresentadas por Reinaldo Teles, vice-presidente do FC Porto e administrador da SAD do clube, e Joaquim Pinheiro, também vice-presidente e responsável pelo Departamento de Formação.

Carolina Salgado continua a ser julgada no Tribunal de São João Novo, no Porto, por cinco crimes, enquanto Pinto da Costa é indiciado de a ter agredido com duas bofetadas em Março de 2006, quando a ex-companheira retirava bens de uma vivenda que ambos tinham co-habitado, na Madalena.

A ex-companheira do presidente do FC Porto está acusada de crime de falsas declarações no julgamento do "caso da fruta", processo em que foi arquivada a acusação de corrupção a Pinto da Costa, a Reinaldo Teles, ao empresário António Araújo e ao árbitro Jacinto Paixão e respectivos auxiliares.

Esta acção, cuja decisão instrutória foi proferida a 30 de Junho de 2008, relacionava-se com o "Apito Dourado" e o juiz declarou a extracção de uma certidão para enviar ao MP e accionar Carolina Salgado pelo crime de perjúrio.

O processo "Apito Dourado" teve na sua origem suspeitas de corrupção no futebol profissional e de tráfico de influências na arbitragem.

A autora do livro "Eu, Carolina" está também a ser julgada no Tribunal de São João Novo por, alegadamente, ter mandado incendiar os escritórios de Pinto da Costa e de Lourenço Pinto, advogado do presidente do FC Porto.