"A CPMC vem publicamente manifestar a sua profunda preocupação pelo impedimento ilegal verificado dia 20 de Agosto no acesso ao estádio do Nacional da Madeira das equipas de reportagem de estações de televisão portuguesas, russas e europeias que pretendiam recolher imagens de reportagem do jogo Nacional /Zenit a contar para a Liga Europa", refere a confederação num comunicado hoje divulgado.

A CPMCS salienta ainda sentir-se "indignada com as razões invocadas para tal impedimento, fundadas em grosseiras concepções dos direitos de liberdade de imprensa e numa inadmissível confusão entre o direito de recolha de imagens para reportagem e os direitos de transmissão do jogo".

No comunicado, a CPMCS anuncia estar a preparar "as iniciativas que considera adequadas junto das entidades de regulação da comunicação social e do desporto, em Portugal e na Europa, que visam assegurar que tais situações não se repitam".

A confederação vai ainda solicitar às sutoridades policiais um relato do que ocorreu no estádio do Nacional da Madeira, "uma vez que os actos descritos configuram um crime público, mais comummente conhecido como um acto de censura".

O Sindicato dos Jornalistas anunciou hoje que vai participar à Procuradoria-Geral da República e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social a "violação das garantias legais de acesso à informação e atentado à liberdade de informação" praticadas quinta-feira pelo Nacional da Madeira.

O sindicato apelou também aos responsáveis dos vários canais de televisão visados, "cujos direitos foram ostensivamente violados, procedam com urgência à apresentação de participações formais junto das autoridades".

O director de informação da SIC, garantiu à Lusa que o canal vai "analisar o assunto".

"É inadmissível o que aconteceu. O direito à informação está na lei. Há uma violação clara da lei e não vamos pactuar com isso", afirmou Alcides Vieira.

Contactada pela Lusa, a TVI escusou-se a comentar o assunto, e a RTP remeteu qualquer esclarecimento para a RTP Madeira.

A Lusa tentou contactar os responsáveis pela estação pública no arquipélago, mas ate ao momento tal não foi possível.