Uma expulsão no primeiro quarto de hora de um jogo não é comum. Menos ainda quando se trata de um guarda-redes, obrigando a equipa em desvantagem numérica a uma substituição precoce e a uma alteração inesperada na abordagem ao jogo.
O que também não é comum, e que acabou por funcionar para o FC Porto, é uma opção como aquela que Julen Lopetegui tomou: abdicar de um defesa e arriscar um 3-3-3, com as devidas compensações defensivas dos jogadores do setor intermediário. A solução para manter algum controlo numa partida que se previa desequilibrada passou, no entanto, muito por aí.
As descidas no terreno de Casemiro e Herrera permitiram alguma solidez ao setor recuado dos "dragões", mesmo admitindo que ao Arouca seria concedido mais espaço do que o suposto no meio-campo. Com os equilíbrios feitos, dentro do possível, as individualidades da formação "azul-e-branca" conseguiram sobressair o suficiente para conquistar três pontos essenciais para manter vivo o sonho do título da equipa nortenha.
Ricardo Quaresma "roubou" o lugar no onze a Cristian Tello, assumindo também a braçadeira de capitão devido à ausência por lesão de Jackson Martínez, e pelos pés do número 7 portista passou grande parte do perigo. O extremo levou quase sempre a melhor sobre o catalão Balliu e ofereceu a Aboubakar um golo quase feito. Antes disso já havia colocado a bola em Óliver Torres com a famosa trivela e sofrido uma aparente falta de Diego na grande área do Arouca.
Aos arouquenses restava explorar os espaços nas costas do meio-campo portista e procurar, num lance de contra-ataque ou bola parada, aproveitar a vantagem numérica. As ocasiões mais claras da equipa de Pedro Emanuel surgiram precisamente na sequência de bolas paradas, destacando-se um remate de André Claro que obrigou Helton a voar.
Não seria suficiente, no entanto, para pontuar no Dragão. Mesmo com um Brahimi menos determinante do que o habitual no ataque, a turma de Lopetegui segurou a vantagem no marcador até ao final e evitou marcar passo na corrida ao primeiro lugar. Restam nove jornadas e, de momento, quatro pontos separam o Benfica do FC Porto.
Apesar da vitória, o treinador dos "dragões" lançou duras críticas à arbitragem liderada por Jorge Tavares, alegando que ficou um penálti por assinalar por falta sobre Quaresma. Ainda assim, Julen Lopetegui elogiou o jogo da sua equipa e a boa entrada de Helton depois da expulsão de Fabiano.
No banco adversário estava Pedro Emanuel, que elogiou a qualidade do jogo da sua equipa, mesmo admitindo que os jogadores não conseguiram aproveitar da melhor forma a vantagem numérica no Estádio do Dragão. O antigo jogador do FC Porto, agora treinador do Arouca, explicou também porque optou por não lançar Kayembe na partida. Segundo o técnico, o extremo emprestado pelos "dragões" não estava nas condições físicas ideais.
Comentários