Com as eleições para a presidência do Benfica marcada para dentro de menos de duas semanas, Luís Filipe Vieira concedeu uma entrevista durante o progrma 'Trio de ataque', da RTP 3, na qual abordou vários temas, desde a saída o ato eleitoral que se avizinha à ausência de público nos estádios, passando pelas relações com os clubes rivais, o momento financeiro as 'águias' e a abordagem do emblema da Luz ao último mercado de transferências, não se esquivando sequer à questão da contratação falhada de Edinson Cavani.
O SAPO Desporto fez o levantamento das 10 frases mais marcantes do presidente dos encarnados durante a referida entrevista, transmitida na noite de domingo, na antecâmara das eleições, agendadas para 30 de outubro.
Frases marcantes da entrevista de Luís Filipe Vieira:
1. Regresso de Jorge Jesus
"Não foi contratado para eu ganhar as eleições, até porque o Jorge Jesus é um nome controverso no mundo benfiquista. Há um ano ninguém sabia que ia haver uma pandemia... Numa conversa em casa dele, há um ano disse-lhe que se houvesse uma alteração no Benfica ele seria o próximo treinador do Benfica. Estava o Bruno Lage. Ele foi em maio ou junho para o Brasil, esta conversa foi em março. É o nosso treinador e todos queremos que o Benfica ganhe".
2. Elevado investimento no plantel
"Os benfiquistas não devem estar preocupados. Nunca o Benfica comprava o Everton por 20 milhões o ano passado. Waldschmidt igual. Darwin será uma referência do futebol mundial. São jogadores que, além de nos darem retorno desportivo bastante alto, vão dar também financeiro. No tempo que vivemos hoje, não é o Benfica Sporting ou Porto, qualquer empresa vai passar dificuldades. E Benfica tem de estar preparado para elas. Posso dizer que há jogadores destes comprados a 5 anos, sem juros. Quando se tem credibilidade conseguem-se coisas diabólicas e é nas crises que devemos investir. Será fácil recuperar 100 ou 150 milhões de euros."
3. Contratação falhada de Cavani
"Tivemos dois advogados a tratar disso. O Benfica fez a proposta que podia fazer. Há uma altura em que eu digo para meterem proposta por escrito e pediram o dobro. Então, mandámos um email a dizer que já não queríamos. Houve interesse e, se me tivesse encontrado com ele, tínhamos assinado".
4. Conquista de um título europeu
"A nossa prioridade é entrar para ganhar todos os jogos e, no fim, fazemos as contas. Mas é uma aposta firme minha ganhar um título europeu. Nestes 4 anos vou lá chegar. Uma jura que fiz ao meu pai e só falta cumprir esta. Hei-de conseguir".
5. Corte de relações com Pinto da Costa
"Houve um encontro em que lhe disse que a resolução do futebol português passava por nós dois, mas a Liga tinha de ser liderada por alguém que não podia ser Benfica nem FC Porto. Andámos numa paz e numa relação normal. O que cortou esta relação? Um dia Pedro Proença entra no meu gabinete, depois de se despedir da arbitragem e diz-me que se queria candidatar a presidente da Liga e que tinha apoio do FC Porto. A partir daí, nunca mais..."
6. Presença de António Costa e Fernando Medina na Comissão de Honra
"Tenho sido sempre um homem coerente. O António [Costa] foi meu apoiante em 2012 e em 2016. Não como primeiro-ministro, mas como cidadão e sócio do Benfica. Agora foi na mesma condição. O que se passou desta vez? Isso é que me está a intrigar...Foi o mesmo primeiro-ministro e o mesmo cidadão… Nas anteriores não perturbou tanto. Porquê? Entendi que ele não podia estar a sofrer nada comigo. Nem ele nem, nenhum político. Então entendi tirá-los todos de lá. E a situação do presidente da CM Lisboa igual..."
7. Garantia de que será mesmo o último mandato
"Há um tempo para tudo na vida. Eu tenho uma família, também. Sei quantos dias tive de féria no Benfica nestes anos. Fazer o que se fiz em 20 anos não é para todos. O Benfica devia ser um caso de estudo, para saber como foi possível tornar tudo isto assim. É o meu ultimo mandato. Só podia abdicar para ganhar um penta, mas isso é outra coisa… Dizem que aquilo é monarquia. Dentro do Benfica há gente qualificada para dar continuidade ao projeto. Quem vota são os sócios".
8. A mentira de Pedro Proença
"Pedro Proença disse-me que estava farto da Liga e que ia embora da presidência. Eu saí da direção da Liga porque o Proença me mentiu. Não tenho nada contra ele, mas ele não poderia ter enviado aquela carta ao Governo sem a autorização dos clubes."
9. Relação com o juiz Rui Rangel e com Paulo Gonçalves
"Não lhe ofereci nada, vamos ser claros. Acho que a justiça funciona em Portugal. Nunca vou ser julgado por nenhum jornal ou televisão. Se não fosse presidente do Benfica, não estava metido naquilo. Nunca pedi nada ao juiz Rui Rangel. Até há uma escuta que se ouve a dizer-lhe que o acompanho ao tribunal. Demorei nove anos para ser ressarcido do dinheiro que lhe dei e tratei de lhe pedir. O que é que eu tinha mais para pedir ao juiz Rui Rangel? Ajudas em quê? Quanto ao Paulo, falo com ele quando me apetecer, continuamos amigos. Falarei com ele as vezes que me bem apetecer. Quando ele for julgado pela Justiça, as pessoas vão saber mais. Parece que o Paulo não pode ganhar a vida normalmente..."
10. Os inúmeros processos judiciais em que está envolvido
"O Benfica nunca me protegeu em nada, pelo contrário. O Benfica prejudicou-me e continua a prejudicar gravemente. A inveja neste país é tramada. Um indivíduo com a quarta classe revolucionou aquele clube, até o futebol português. Há gente que tem inveja daquilo que eu fiz. Se eu não tivesse aparecido no Benfica, não tinha havido a construção do estádio. Eu sei do que falo."
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