A Doyen Sports considerou hoje que a decisão do Tribunal Federal da Suíça em condenar o Sporting a pagar uma verba total de “20 milhões de euros” se trata de repor a justiça e de uma “vitória moral”.

“Acima de tudo, consideramos esta uma vitória moral. Mesmo assim, não duvido de que quem gere o clube continuará com a mesma ‘lenga-lenga’ fantasiosa, no sentido de justificar a política recorrente de não respeitar os compromissos assumidos pelo clube, usando todos os malabarismos possíveis a fim de retardar o inevitável”, refere Nélio Lucas, diretor executivo da empresa, em comunicado.

Os ‘leões’ tinham decidido recorrer da sentença do Tribunal Arbitral do Desporto (2015), que tinha condenado o Sporting a pagar 12 milhões de euros à Doyen, que detinha parte dos direitos do argentino Marcos Rojo, transferido para o Manchester United por 20 milhões de euros.

“A compensação devida à Doyen Sports ascende atualmente a 20 milhões de euros, sendo que a estes valores continuarão a somar-se juros de mora de cinco por cento, até que o pagamento seja efetivamente liquidado. O Sporting vê-se assim obrigado a pagar um valor total de cerca 18 milhões, numa decisão que já não é passível de recurso”, diz a empresa.

A Doyen recorda que o Sporting deve pagar “cerca de 13,5 milhões, incluindo custos jurídicos e juros” e que a este valor se juntam “mais 4,5 milhões já pagos em setembro de 2014”: a estes valores, junta-se ainda um montante aproximado de 2,1 milhões relativos ao jogador Zakaria Labyad.

“O seu legado (Bruno Carvalho) será de agravar as consequências que inevitavelmente o Sporting tem que suportar. Desde agosto de 2014 que tanto a Doyen Sports como a minha pessoa são alvos de repetidos insultos por parte do presidente do clube. Acusaram-nos de tudo e mais uma coisa, inclusive de falta de transparência", criticou Nélio Lucas.

A decisão do TAS de 2015, agora validada pelo tribunal suíço, confirmou a validade dos contratos assinados entre o Sporting e a Doyen Sports.

“Caem assim por terra as pretensões do Sporting de que a justiça civil daria razão ao clube, assim como o menosprezo do seu presidente pelo TAS e pelo seu conhecimento dos contratos no setor do futebol”, escreve a empresa.

Nélio Lucas desafia agora Bruno de Carvalho “a que autorize, finalmente, a publicação do acórdão do TAS, que sempre rejeitou por razões óbvias”.

“Peço-lhe que explique aos sócios a verdadeira fatura deste caso, que poderia ter sido proveitoso para o Sporting, segundo o acordo proposto ao clube na altura. Por causa deste caso e das mirabolantes invenções sobre ele, tanto eu como a minha família fomos gravemente ameaçados. Espero que este seja agora um capítulo encerrado", concluiu.

Em 2014, o clube lisboeta e a Doyen, que investiu três milhões e era detentora de 75% dos direitos económicos do defesa internacional argentino, entraram em conflito, a propósito da proposta do Manchester United para a transferência de Rojo.

Dias antes da mudança do defesa para Old Trafford, o Sporting rescindiu unilateralmente os contratos que tinha com o fundo de investimento relativos a Rojo e também ao marroquino Labyad, alegando justa causa.

Com esta decisão, o clube de Alvalade restituiu à Doyen os três milhões de euros que o fundo tinha investido no jogador e pagou quatro milhões ao Spartak Moscovo, clube em que Rojo tinha atuado antes de ingressar em Alvalade e que tinha direito a uma percentagem numa futura transferência.