O FC Porto foi a Arouca vencer por 0-1, naquela que foi a última partida da 31ª jornada da primeira liga. Ivan Marcano foi decisivo ao apontar o único golo da partida já perto do intervalo, permitindo assim aos dragões repor a diferença em relação ao Benfica para quatro pontos, a três jornadas do final do campeonato.
Já o Arouca viu os mais diretos adversários pela Europa aproximarem-se. Os arouquenses têm agora apenas um ponto de vantagem relativamente ao Vitória de Guimarães, e cinco em relação ao Desportivo de Chaves.
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De Espanha chegou bom vento e um bom cabeceamento
Quis o destino que Sérgio Conceição assistisse da bancada ao jogo que o consagrou como o treinador com mais jogos ao serviço do FC Porto (323), ultrapassando o mítico José Maria Pedroto. Sem poder contar com o castigado Uribe e depois de uma eliminatória da Taça de Portugal muito desgastante, o treinador dos dragões fez apenas duas alterações na equipa inicial, fazendo entrar Grujic e Galeno em detrimento de Uribe e Manafá.
Curiosamente, do lado do Arouca, este também foi um jogo especial para Armando Evangelista, uma vez que o técnico português tornou-se também no treinador com mais jogos ao serviço da formação arouquense. À semelhança de Conceição, Evangelista fez também duas alterações no onze inicial, fazendo entrar Milovanov e Soro para os lugares de Tiago Esgaio e Uri Busquets.
Os dragões tomaram as rédeas do jogo desde o apito inicial, empurrando o Arouca para o seu meio-campo, algo com que os arouquenses não se sentiram particularmente desconfortáveis. Apesar do domínio, a equipa portista não era capaz de penetrar o bloco defensivo arouquense, sempre muito compacto e bem organizado.
O FC Porto ia insistindo através dos flancos, mas foi pelo meio que conseguiu criar a primeira oportunidade; jogada rendilhada e ao primeiro toque com Otávio a isolar Taremi que tentou fazer de cabeça o chapéu a De Arruabarrena, mas a bola acabou na barra.
O lance como que despertou o Arouca que tentou responder nos minutos seguintes; Alan Ruiz teve uma boa oportunidade para alvejar a baliza de Diogo Costa após erro do guardião portista, mas o remate do argentino saiu totalmente furado, um pouco como a exibição do médio ofensivo do Arouca ao longo de todo o jogo.
Foi preciso esperar até aos últimos cinco minutos da primeira parte para que o FC Porto voltasse a rondar com perigo a baliza do Arouca; aos 41 minutos Galeno pôs à prova a atenção de De Arruabarrena com um remate em arco que obrigou o uruguaio a aplicar-se. Mas poucos minutos depois o guarda-redes arouquense foi incapaz de travar o golo portista; 44 minutos e Otávio a aproveitar um mau alívio após um canto na esquerda e a cruzar para o segundo poste onde surgiu Ivan Marcano a mergulhar de cabeça e fazer o único golo do jogo já em cima do intervalo.
Um Arouca diferente...mas para pior
Em desvantagem ao intervalo, o Arouca voltou para o segundo tempo com uma postura totalmente diferente da demonstrada nos primeiros 45 minutos; com efeito, a equipa da casa pressionava agora no seu meio-campo ofensivo, perturbando a outrora tranquila saída de jogo do FC Porto desde a sua grande área. Tal postura surpreendeu os dragões nos minutos iniciais, permitindo à equipa da casa recuperar muitas bolas em zonas avançadas, sem que tal, contudo, se traduzisse em oportunidades de golo.
Com o passar do tempo, a formação portista foi-se adaptando a este 'Novo Arouca', conseguindo furar as linhas de pressão avançadas dos arouquenses, e lançar ataques rápidos graças ao espaço de que agora dispunham, especialmente no meio-campo. Armando Evangelista ainda tentou reforçar a frente de ataque com as entradas de Michel e Bruno Marques, mas a perda de unidades no meio-campo acabou por ser fatal para a equipa da casa, incapaz agora de ligar o seu jogo e remetida a lançamentos longos facilmente anulados pela defesa portista.
Assim, o FC Porto limitou-se a gerir o ritmo do jogo até final, nunca passando por sobressaltos na sua zona defensiva e até criando algumas jogadas de ataque das quais poderia ter nascido o segundo golo.
A vitória em Arouca permite ao FC Porto manter viva a esperança do título. Os azuis e brancos têm quatro pontos de atraso relativamente ao líder Benfica, quando ainda faltam três rondas para terminar o campeonato. Já a formação arouquense vê agora o seu quinto lugar europeu mais fragilizado e ao alcance dos mais diretos adversários; apenas um ponto separa o Arouca do Vitória de Guimarães, enquanto que o GD Chaves, que ainda vai defrontar os lobos, está a cinco pontos de distância.
O momento do jogo
O intervalo aproximava-se e o FC Porto não parecia ter soluções para ameaçar a baliza do Arouca. Após um pontapé de canto na esquerda e um alívio incompleto da defesa arouquense, a bola sobrou para Otávio do lado direito; o internacional português cruzou para o segundo poste onde surgiu Ivan Marcano a mergulhar para o 0-1, golo que acabaria por dar a vitória aos dragões.
O melhor: Otávio dita o ritmo
Apesar de ter começado o jogo de um modo tanto ou quanto conflituoso, Otávio foi, como é seu apanágio, o principal propulsor do jogo ofensivo do FC Porto. Por ele passaram todos os desenhos ofensivos e foi por ele que o Arouca tinha de passar se quisesse atacar. O médio isolou Taremi para uma grande oportunidade, e assistiu Marcano para o golo da vitória. Na segunda parte, e com as mudanças no Arouca, o '25' portista passou a ter mais liberdade para construir, controlando ainda mais o sector intermediário.
O pior: De Alan Ruiz pouco ou nada se viu
O argentino Alan Ruiz tem vindo a ser uma das peças fundamentais na equipa de Armando Evangelista esta temporada, funcionando como um dos principais desequilibradores dos arouquenses. Contudo, o número '10' dos lobos não esteve ao seu nível esta noite. Incapaz de combinar com os avançados ou criar lances de rotura, o argentino teve ainda nos pés uma boa hipótese para ameaçar a baliza de Diogo Costa na primeira parte, só que o remate saiu totalmente falhado. Na segunda parte as alterações táticas feitas por Armando Evangelista só o retiraram ainda mais da partida e a equipa ressentiu-se disso.
O que disseram os treinadores
Armando Evangelista, treinador do Arouca: "Face à pressão e ao caudal que o FC Porto nos criou na primeira parte, fomos muito bem organizados defensivamente. Pena foi o golo sofrido em cima do intervalo. A verdade é que no único momento em que temos um posicionamento incorreto na nossa linha defensiva, o FC Porto faz golo. Equipa grande aproveita este tipo de situações"
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