Manuel Machado é dos técnicos mais experientes na I Liga. Este ano mantém-se ao comando do Nacional da Madeira e quer colocar os insulares na rota da Europa depois de o clube ter estabilizado definitivamente entre os maiores do futebol nacional.

Ao SAPO Desporto, o técnico revelou que espera «um campeonato tão competitivo como o anterior» e conseguir levar a sua equipa às provas europeias.

Quais são os objetivos desportivos para esta época?

O objetivo é público. Uma vez consolidado o estatuto de primeira liga, na medida em que o clube está há 12 ou 13 anos consecutivos nesta divisão, é tentar sempre um degrau acima. Um degrau acima é lutar por uma prova internacional, tentar classificar a equipa no primeiro terço da tabela.

Está satisfeito com o plantel? Que setor gostaria de reforçar mais?

Genericamente as coisas estão equilibradas. Como tem sido dito por vários colegas e dirigentes daquilo que é o universo do futebol português, até 31 de agosto os plantéis estão abertos, quer para sair quer para entrar. Por isso é prematuro neste momento dizer se estou ou não satisfeito. Vamos esperar que de facto o período de inscrições termine e depois poderemos responder à questão.

Que perspetivas tem para este campeonato relativamente à luta pelo título, lugares europeus e fuga à descida de divisão.

Espero que seja um campeonato tão competitivo como o do ano passado! O anterior foi muito, esteve tudo em aberto até à última jornada, quer na luta pelo título, quer na luta pelo terceiro lugar e pelas posições na Champions. Quatro ou cinco a lutar pelas posições que davam acesso à Liga Europa e também a luta pela manutenção foi algo que só à 30ª jornada se clarificou. Foi um campeonato muito competitivo, espero que o próximo o seja também.

Que jogador(es) acha que poderão ser as surpresas deste campeonato?

As surpresas podem surgir ao nível do FC Porto e do Benfica, que são aqueles que ainda têm capacidade para atacar o mercado…Têm um conjunto largo de contratações. Neste momento, porque ainda não há muita informação sobre a sua qualidade e o seu rendimento, não é fácil responder à questão. Todavia, penso que será na observação desses dois clubes que eventualmente encontraremos mais-valias e jogadores que possam vir a tornar-se referências.

Que ambições pessoais tem para a época 2013/2014?

A minha carreira é já longa e por isso a manutenção da minha posição como técnico de I Liga, em que tenho 50 por cento das épocas com apuramento para a Liga Europa, é o objetivo, na medida em que os clubes que tenho representado não permitem perspetivar algo mais acima. Diria eu que é no mínimo a aposta na continuidade. Se não puder avançar, pelo menos que não haja recuo.

O que lhe parece o campeonato começar com um total de quase 100% de treinadores portugueses como já vem a acontecer de há alguns anos a esta parte?

É algo que me regozija e que de alguma maneira é prova que de facto em Portugal há uma boa escola de técnicos, embora diferenciados. Muitos têm chegado a este patamar à I Liga fruto de o fazerem degrau a degrau, ou seja, começando por baixo e promovendo as equipas. E há outros que, fruto do seu passado enquanto praticantes e porque estão também eles bem assessorados do ponto de vista empresarial, conseguem aparecer.

Este ano é mais um em que o Costinha tem o privilégio de trabalhar ao nível do Paços de Ferreira que vai jogar a ‘Champions’, o Abel Xavier, por exemplo, aparece também sem ter um passado como técnico a trabalhar ao nível da I Liga.

Há aqui duas vias, mas o importante é o que disse atrás: Portugal hoje produz o necessário para si e ainda sobram técnicos de qualidade para o mercado internacional.