O FC Porto denunciou hoje ao Governo, Liga de clubes e Federação de futebol a decisão do Benfica em proibir, domingo, os adeptos portistas do uso de adereços alusivos ao clube no Estádio da Luz, conforme informação veiculada pela PSP.

«O FC Porto foi hoje informado numa reunião com a Polícia de Segurança Pública que o Benfica pretende impedir a entrada no Estádio da Luz de todos os adereços alusivos ao nosso clube, como sejam bandeiras, estandartes ou faixas no jogo de domingo», lê-se em comunicado difundido no sítio oficial do clube na Internet, a três dias do ‘clássico’ da 25.ª jornada da Liga de futebol, em que o FC Porto se pode sagrar campeão.

Para os portistas «trata-se de uma decisão ilegal que o FC Porto já denunciou através de uma exposição que enviou ao Ministério da Administração Interna, à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, ao Conselho de Segurança e Ética no Desporto, à Liga Portuguesa de Futebol Profissional e à Federação Portuguesa de Futebol».

O clube ‘azul e branco’ entende que «o Benfica pretende, com uma medida sectária e própria das ditaduras mais reaccionárias, impedir o apoio à nossa equipa perante a complacência das autoridades, como se Portugal fosse uma república das bananas».

«O FC Porto exige o cumprimento da lei e recorda às próprias autoridades que se há alguém que se acha no direito de estar acima da lei é o próprio Benfica», sublinha o comunicado, que faz alusão ao facto de o clube da Luz continuar «a permitir a entrada no seu estádio de todos os adereços alusivos às claques No Name Boys e Diabos Vermelhos, dois agrupamentos ilegais, porque nunca efectuaram o registo dos seus elementos».

A esse propósito, a nota portista refere: «A própria Polícia confirmou que os grupos organizados, mas ilegais, do Benfica poderão entrar no estádio com todo o seu material».

Recordando que, apesar de o FC Porto ter impedido a entrada de adereços alusivos às claques ilegais de benfiquistas no jogo da primeira volta, aos mesmos elementos foi permitido ostentarem os símbolos e cores do clube, «como foi bem visível nas últimas ocasiões em que o Benfica jogou no Estádio do Dragão».

O comunicado portista relembra que «a obrigatoriedade de registo e legalização das claques é de 2004 e desde então que há duas claques - os No Name Boys e os Diabos Vermelhos, ambas do Benfica - que são ilegais».

«Haverá no país maior exemplo de impunidade do que este?», questiona o FC Porto, acrescentando que «passaram mais de seis anos e em todos os jogos do Benfica as claques estão lá, todo o país as vê, mas as autoridades portuguesas ainda não tiveram oportunidade de fazer uma investigação implacável».

O FC Porto diz que, «definitivamente, é tempo de em Portugal todos os cidadãos e todas as instituições serem tratados da mesma forma», e questiona uma vez mais a acção do Ministério da Administração Interna: «Para que serve um Governo que faz uma lei e depois não a consegue aplicar? Obviamente para nada».

O comunicado conclui apelando aos adeptos portistas que «apesar do clima provocatório e intimidatório que o Benfica está a criar para o jogo de domingo, mantenham sempre um comportamento cívico e pacífico».