Em entrevista ao jornal 'O Jogo', o fisioterapeuta do Shanghai SIPG explica como conseguiu encurtar o tempo de recuperação de Marega de dois meses para 23 dias, com um tratamento de 10 dias.

Eduardo Santos explica que as sessões de tratamento com os jogadores podem ir de 15 minutos até 12 horas e assegura que não recorre a medicação no seu trabalho. Aceita a alcunha de "Dr. Milagre", mas recusa ser "curandeiro" ou "bruxo".

O fisioterapeuta revela que foi contactado pelos dirigentes e pelo departamento médico do FC Porto que lhe pediram ajuda "para fazer um tratamento que pudesse acelerar o processo de recuperação" de Marega, que tinha um prognóstico de oito semanas.

"Não era uma lesão simples. Era uma lesão grave", admite Eduardo Santos, que acrescenta que o jogador maliano esteve "dez dias a ser tratado, entre o Catar e a China."

"Cada atleta é um caso único, com características especiais. As lesões são tratadas de forma diferente e consoante o atleta. O Marega tem uma constituição física forte, mas foi essencialmente um atleta que chegou aqui com muita vontade de recuperar. O físico não importa neste processo de recuperação. Mas a vontade, a persistência e a disciplina dele ajudaram, porque o tratamento demora muito tempo e é doloroso. Ele estava disposto a tudo para recuperar e isso foi fundamental. Foi 90 por cento de caminho andado", refere o fisioterapeuta.

Questionado sobre a reincidência de Marega no que a problemas musculares diz respeito, Eduardo Santos não aponta a 'culpa' apenas à estrutura física do maliano.

"É uma análise complexa e é válida para qualquer jogador, não só para o Marega. Começa com a constituição física, a quantidade de jogos a que o atleta está a ser sujeito durante a temporada, se joga a titular regularmente, o tipo de terreno onde evolui, a intensidade do campeonato onde está, etc. Tudo isso são influências que vão gerar a possibilidade de um atleta ter mais ou menos lesões", garante.

Eduardo Santos acrescenta ainda que "a carga que ele recebe nos treinos e a gestão que é feita dessa carga também influencia muita coisa, daí ser difícil dizer que esteja mais ou menos sujeito, pela simples constituição física. Além disso, seria preciso saber que tipo de tratamento ele fez antes para recuperar dessas lesões, se foi eficaz para evitar uma recaída, enfim, não há somente uma causa."