O semanário SOL avança que o actual técnico do Benfica, Jorge Jesus, assinou dois contratos com o Vitória de Setúbal, quando treinou a equipa sadina entre 2000 e 2002. Além do contrato oficial, Jesus aceitou assinar outro, com o suplemento de ordenado que recebia e que não era declarado às finanças, tendo sido ouvido esta quarta-feira no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) por suspeita de fraude fiscal qualificada.
Este segundo contrato seria usado pelo clube sadino caso quisesse prescindir dos serviços de Jorge Jesus. Para apagar vestígios, escreve o semanário, o Vitória de Setúbal recorria à empresa Planfin, empresa do grupo BPN, gerida por Oliveira Costa.
A investigação iniciou-se em 2005, mas só há um ano, na sequência da Operação Furacão, foi detectado que aquilo que o Vitória de Setúbal pagava a Jesus e aos seus adjuntos era superior ao declarado ao Fisco. Para esta ‘operação’, o dinheiro saia do clube por cheque para a Plafin, que através de facturas fictícias, passadas por uma sociedade-fantasma, fazia posteriormente o dinheiro regressar ao clube e serviria para pagar à equipa técnica.
Antes de ser ouvido, Jorge Jesus terá pago 119 mil euros relativos ao imposto em falta, pelos dois anos de vencimentos não declarados. Caso não o tivesse feito, o técnico incorreria numa pena que pode ir até seis anos.
Assim, Jorge Jesus beneficia, por ter acertado a divida ao Fisco, de uma suspensão provisória do processo, não podendo, contudo, incorrer em nenhum crime fiscal nos próximos dois anos, sob pena de ser levado a tribunal.
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