Os jogos da 25.ª jornada da Primeira e Segunda Liga deste fim-de-semana serão a porta fechada, devido ao surto de Covid-19. A medida foi anunciada esta terça-feira pela Liga de Clubes e pela Federação Portuguesa de Futebol.
No entanto, alguns adeptos já sublinharam que irão deslocar-se aos estádios para apoiar as suas equipas, do lado de fora, algo que "não merece uma preocupação desmesurada", de acordo com a Polícia de Segurança Pública, contactada pelo SAPO Desporto.
A possível aglomeração de pessoas vai contra a recomendação da Direção-Geral da Saúde, para conter a propagação do Covid-19. Para já, não há nenhuma lei que proíba tal aglomeração mas a PSP garante que estará atenta.
"Será um fenómeno que iremos acompanhar, mas presumo que não haja muitas pessoas a irem para a porta dos estádios, não ver nada de futebol e estar só presentes. A motivação em termos de concentração de pessoas será diminuta. Esperemos que não, mas seria absurda essa concentração. Mas como poderá haver algumas pessoas que apoiam as diferentes equipas que se encontram e isso possa, de alguma forma - esperemos que não porque isto seria absurdo - levar a algum acumular de tensão, obviamente que iremos estar atentos e a e a acompanhar estes fenómenos", explicou ao SAPO Desporto o Intendente Nuno Carocha, Diretor de Comunicação da PSP.
Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões, garantiu que vai estar, juntamente com mais alguns elementos da claque, do lado de fora do Estádio Municipal de Famalicão a apoiar a equipa do FC Porto no jogo frente aos famalicenses, da 25.ª jornada da I Liga. O líder da claque não sabe quantos adeptos estarão na mobilização, algo que poderá ser problemático caso o número seja na casa dos milhares. A PSP lembra que só poderá intervir neste ou noutros casos semelhantes, se houver insegurança.
"A Polícia de Segurança Pública não poderá intervir para impedir as pessoas de, livremente, fazerem esse ajuntamento, estaríamos a agir fora de contexto, sem qualquer apoio legal para tal. Se as pessoas decidirem juntar-se cá fora [dos estádios] para apoiar, como apoiariam estando num café a ver o jogo, a PSP não terá qualquer intervenção", explica-nos Nuno Carocha, antes de enumerar algumas exceções.
"Sabendo que poderão juntar adeptos das duas equipas e que poderá haver pessoas dos dois lados que levem um bocado além do que será conveniente a forma de apoiar, existir tensões, vamos estar atentos para que não aconteça no espaço público, para que esse apoio não se exacerba e degenere em focos de insegurança", explica, até porque a lei não permite tal intervenção.
"No contexto de saúde pública, não vamos sequer tentar impedir que as pessoas se juntem, não é o nosso papel. Como tem sido discutido com vários constitucionalistas em vários programas de televisão, creio que não existem grandes apoios em termos legais para que pudéssemos pensar em ter esse tipo de intervenção", explica ao SAPO Desporto.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em 28 países e territórios.
O número de infetados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59.
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