Em entrevista à Agência Lusa, em Maputo, na véspera de partir para Lisboa, o jogador mais falado em Moçambique não esconde a satisfação por, se os exames médicos o ajudarem, poder vir em breve a integrar o Sporting, de Portugal.
Para já, tem de dividir a expectativa de jogar na Europa e a sua prestação na selecção moçambicana, já que "Os Mambas" estão apurados para a Taça Africana das Nações, em Angola, já em Janeiro.
No dia em que começou o estágio da selecção, disse que a proposta para jogar no Sporting chegou numa altura em que está num "bom momento de forma", esperando por isso dar o máximo ao serviço dos "leões".
"É um salto muito positivo, um salto grande", afirma, sem duvidar de que o sonho de qualquer jogador africano é poder jogar no futebol europeu.
Mas não tem dúvidas de que, caso se concretize a contratação (dependente dos exames médicos que irá fazer), terá também muito trabalho pela frente. E as dificuldades dos leões na Liga não o assustam, porque, diz, conhece a equipa e ela "vai a tempo de recuperar".
Com o capitão João Moutinho como uma das referências no clube de Alvalade, "um jogador muito jovem mas com muita experiência", Mexer diz que sempre assistiu pela televisão aos jogos do campeonato português, e adianta que, quando mais jovem, tinha como um dos seu ídolos o internacional português Ricardo Carvalho, do Chelsea.
Afirmando-se um "jogador disciplinado", com experiência no meio campo e na defesa, onde se sente bem, o jovem de 21 anos não tem medo da adaptação ao frio que vai encontrar em Lisboa e diz que vai superar também, depois, as saudades da família.Para o jovem também valeram a pena todos os sacrifícios, porque sempre acreditou que podia "chegar mais longe". "Foi um bocado arriscado, porque o futebol em Moçambique não é levado muito a sério. Mas as coisas estão a mudar, de há um tempo para cá o futebol é mais sério, é possível fazer a vida através do futebol".
"No dia em que a minha mãe ficou mais feliz foi no dia em que soube que eu tenho a minha própria casa, o meu carro. E espero ter mais coisas, o futebol é uma coisa muito curta, espero aproveitar essa coisa", conta.
Edson Sitóe já não vive hoje no Alto-Maé. Nem lá, nem nos arredores de Maputo, onde agora vive, o conhecem por Edson, porque é Mexer desde que, quando era pequeno, a avó o apelidou assim por andar sempre a mexer em tudo.
"Os meus colegas acharam piada, o nome foi crescendo. Hoje, se forem perguntar qual é o nome do Mexer ninguém sabe".
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