Manuel José, médio “goleador” do Paços de Ferreira, disse hoje que a formação pacense tudo fará para evitar ser novamente o amuleto da sorte do Sporting, no domingo, em Alvalade, na 19.ª jornada da Liga de futebol.

«Nunca é fácil defrontar o Sporting em sua casa, ainda mais no momento difícil que atravessa, mas queremos evitar ser o seu amuleto da sorte», disse Manuel José, em declarações à agência Lusa.

Na primeira volta, na Mata Real, o Paços de Ferreira esteve a vencer por 2-0, mas consentiu três golos nos últimos 14 minutos, numa reviravolta que animou o Sporting para 10 vitórias consecutivas (seis para a Liga, três para a Liga Europa e uma para a Taça de Portugal).

Outro fator a ter em conta agora é a mudança no comando técnico dos “leões”, com a substituição de Domingos Paciência, despedido na segunda-feira, por Ricardo Sá Pinto, promovido da equipa júnior e que fará a estreia como técnico principal do Sporting para a Liga na receção ao Paços de Ferreira.

Manuel José receia o fator motivacional desta «chicotada», tendo em conta que «um treinador novo motiva sempre os jogadores».

«Se calhar, seria melhor se [esta alteração] não tivesse acontecido», sublinhou.

A favor do Paços de Ferreira está uma série de seis jogos sem perder - cinco vitórias, as últimas três consecutivas, e um empate - e a ascensão ao 12.º lugar da Liga, depois de várias jornadas como “lanterna vermelha”.

Para esta recuperação, Manuel José diz terem sido importantes os jogadores «mais velhos e experientes» que chegaram à Mata Real na reabertura do mercado para reforçar a defesa pacense.

«Nós, os mais velhos da equipa, tínhamos a esperança de, em dezembro, conseguirmos melhorar a equipa nas lacunas que apresentava, nomeadamente na defesa. Os que vieram deram mais maturidade à equipa, o que não quer dizer que os mais novos não tenham valor, mas para esses é mais difícil, sendo o ano de estreia na Liga», explicou.

O experiente jogador, de 31 anos, considera que o jogo com o Rio Ave foi o fator de viragem da equipa pacense, que, em sua opinião, até justificava mais pontos frente aos vila-condenses (derrota por 1-0) e ao Marítimo (1-1).

A surpreendente recuperação da equipa tem o contributo direto do próprio Manuel José, autor de seis golos na Liga, cinco dos quais nos últimos três jogos, que valeram outras tantas vitórias.

«Normalmente, em cada ano marco dois ou três golos, mas este ano estou a passar essa marca, ainda por cima só dois deles resultaram de grandes penalidades. Tenho trabalhado da mesma maneira, tenho sido eu a marcar e, se calhar, também tenho tido alguma sorte», justificou.

Manuel José falou à margem do trabalho de recuperação hoje realizado na piscina de uma unidade hoteleira de Penafiel, em substituição da sessão normalmente realizada na Mata Real.

Os defesas Javier Cohene e Tony são os casos clínicos mais preocupantes neste momento, depois de ambos terem sido vítimas no jogo de domingo com o Feirense de entorses no joelho esquerdo, ficando sujeitos a trabalho conservador até nova reavaliação clínica.