O presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, pronunciou-se esta segunda-feira sobre a reunião que teve hoje na sede da Liga de Clubes, no Porto, com Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores, e vários jogadores profissionais, sobre o atual clima de suspeição no futebol português.

"Lamento enquanto presidente o que se está a passar. Logo na primeira hora e logo que recebemos o pedido do Sindicato para esta reunião fizemo-lo porque percebemos o papel que o jogador tem no futebol", começou por dizer Pedro Proença.

"O futebol não é só feito de jogadores. Há dirigentes, treinadores e adeptos, mas neste momento estamos solidários com os atletas por tudo o que se está a passar. Os atletas devem ter um espaço de centralidade no futebol, e mostrámos abertura para discutir com o Sindicato algumas medidas para melhorar o panorama do futebol português", acrescentou o presidente da Liga de Clubes.

"Queria ainda mostrar solidariedade pelos jogadores e repugnância pelo que se está a passar com o clima de suspeição. Portugal é campeão da Europa porque temos das melhores seleções e não só. Porque temos também os melhores jogadores que esta Europa sabe produzir. O futebol profissional também tem esta responsabilidade e não podemos permitir que se coloque em causa todos estes valores. O futebol profissional não podia virar a cara ao que se estava a passar", sentenciou Pedro Proença.

Já Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, também se mostrou solidário com a classe dos jogadores profissionais e vincou a necessidade de implementar novas medidas para afastar o clima de suspeição.

"Os capitães manifestaram a insatisfação dos jogadores face ao clima que se vive no futebol português. É inaceitável atingir a idoneidade dos jogadores. Os jogadores estão preocupados com este clima de suspeição que se vive no futebol português", começou por dizer Joaquim Evangelista no final da reunião na sede da Liga de Clubes.

"Sabemos que uma ação dos jogadores podia causar ruído no futebol português. Estivemos a discutir medidas que possam ser implementadas para que ajudem a erradicar este fenómeno [da suspeição]. Vamos transmitir estas medidas à FPF, Liga e secretaria de estado do desporto. Os jogadores não são indiferentes ao que se estar a passar, exigem tranquilidade e respeito não só pelos próprios jogadores mas também pelas famílias. Os jogadores não podem ser usados como armas de arremesso", sentenciou o presidente do Sindicato de Jogadores.

Dois dos capitães presentes na reunião com Pedro Proença foram Tarantini, do Rio Ave, e Ricardo, do Paços de Ferreira. No final da reunião, os jogadores profissionais apelaram ao bom senso e ao fim do clima de suspeição que se vive em torno dos futebolistas.

"O que nos trouxe à Liga foi deixar uma mensagem clara do ambiente que se vive no futebol português, transmitir essa preocupação à Liga e agradecer a abertura que teve para tentarmos encontrar soluções. Quero deixar uma mensagem final para a nossa classe, que nos valorizem e que nos respeitem pela profissão que temos", afirmou Tarantini.

Já Ricardo, capitão do Paços de Ferreira, também falou do atual desconforto dos jogadores em torno das suspeitas levantadas por denúncias anónimas.

"A nossa presença prende-se pelo nosso desconforto, por vermos o nosso valor posto em causa constantemente. Todos queremos contribuir para um futebol positivo e para um ambiente confortável. É um problema que afeta o homem por detrás do jogador de futebol. O que se passou colocou-nos numa posição fragilizada", afirmou Ricardo.