A candidatura de Pinto da Costa às próximas eleições do FC Porto estabilizará o quadro financeiro do vice-campeão nacional de futebol em dois anos, apontou hoje João Rafael Koehler, que concorre à direção pela lista do atual presidente.

“Sendo daqueles que acredita nas contas certas, eu penso que não poderemos falar das dívidas e dos custos sem falar em aumentar as receitas. Queremos e vamos estabilizar a situação financeira do clube num prazo de dois anos,”, prometeu o empresário e gestor.

João Rafael Koehler discursava durante a apresentação dos cinco eixos estratégicos da lista “Todos pelo Porto” para o quadriénio 2024-2028, no Porto, dando ênfase ao pilar da “sustentabilidade e crescimento”, que contempla um instrumento financeiro de dívida de 250 milhões de euros (ME) para refinanciar o passivo do FC Porto, de maneira a baixar o serviço de dívida, controlar a dívida a curto prazo e reforçar a competitividade da equipa.

A candidatura pretende ainda abrandar os custos totais em 20% a partir do primeiro ano, através da reestruturação das várias empresas do Grupo FC Porto e de uma crescente maturidade digital, abdicando de pagar prémios de gestão aos administradores da SAD.

Essas propostas visam duplicar a receita do clube em três anos, objetivo que estima um aumento anual de 25% e será apoiado pela internacionalização da marca, revalorização dos direitos audiovisuais, monetização do Estádio do Dragão, criação de academias ou pela evolução significativa do número de sócios e dos proveitos do comércio eletrónico.

“Quando olhamos para outros exemplos nessa Europa fora, tal como o do FC Barcelona, que tem três mil ME de dívida e continua a investir na sua equipa e na modernização do clube e do estádio, isso leva-nos a crer que só temos um caminho: aumentar as receitas. Para tal, temos um plano muito ambicioso”, observou João Rafael Koehler, um dos três candidatos à direção apresentados por Pinto da Costa, a par de António Oliveira, antigo jogador e treinador do clube e atual acionista da SAD, e da ortopedista Marta Massada.

A “transparência e boa governança” foi outro eixo aprofundado, estando assente numa equipa de gestão renovada, na divulgação regular das demonstrações financeiras e na existência de um Comité de Auditoria Independente alargado, que integre membros do Conselho Superior ‘azul e branco’ e personalidades das listas concorrentes às eleições.

Já os pontos ligados à formação e prospeção, às modalidades e à experiência e relação com sócios e adeptos vão ser debatidos em breve pela candidatura de Pinto da Costa.

“Queremos fazer tudo isto em dois anos e estamos absolutamente convencidos de que rapidamente podemos duplicar receitas e disputar a I Liga e a Liga dos Campeões em condições mais fortes. Sabemos que são ideias arrojadas e ambiciosas, mas, se sonhar alto custa tanto como sonhar pequeno, vamos sonhar alto”, disse João Rafael Koehler.

Detentor de 15 mandatos seguidos e dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, Pinto de Costa vai concorrer com André Villas-Boas, antigo treinador da equipa principal de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato vencido em 2020, à liderança ‘azul e branca’, nas eleições aprazadas para 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.