Os alegados e-mails do Benfica divulgados pelo FC Porto nos últimos meses não podem ser usados como prova pela Polícia Judiciária por terem sido obtidos ilicitamente, razão pela qual as autoridades esperam agora recuperar o histórico de mensagens de Paulo Gonçalves recolhidas nas recentes buscas ao Estádio da Luz no âmbito do processo E-Toupeira de forma a utilizá-las como prova nas investigações ao clube da Luz.

Segundo escreve esta segunda-feira o diário Correio da Manhã, os mandatos de busca emitidos pela juíza de instrução no processo E-Toupeira e que foram cumpridos no Estádio da Luz, há cerca de duas semanas, especificavam a necessidade de apreender o correio eletrónico que pertencia a Paulo Gonçalves.

O referido jornal, escreve também que, mais do que encontrar conversações recentes, as autoridades querem agora fazer peritagens aos computadores para tentar recuperar o histórico das mensagens e chegar aos mails divulgados pelo FC Porto nos últimos meses de forma a usá-los como prova

Recorde-se que foram centenas de mails enviados às autoridades, mas que os mesmos se mantêm em envelope fechado por terem sido obtidos ilicitamente. O Correio da Manhã garante também que a única forma de a Justiça os usar contra o Benfica será se conseguirem recuperar o histórico das conversações envolvendo Paulo Gonçalves, o diretor jurídico do Clube da Luz que agora está indiciado por corrupção e violação do segredo de justiça.

Na notícia que faz manchete esta segunda-feira no referido diário pode ler-se ainda que os e-mails serão também fundamentais para demonstrar que Luís Filipe Vieira tinha conhecimento dos contactos mantidos com os funcionários judiciais, sendo que há diversos mails enviados com conhecimento do presidente do Benfica, dando conta da oferta dos bilhetes a José Augusto Silva. Por outro lado, há também pelo menos um e-mail enviado por Júlio Loureiro - arguido da operação E-Toupeira, mas apenas sujeito a termo de identidade e residência - no qual dá conta a Paulo Gonçalves da data de uma diligência em que devia comparecer Rui Vitória. Pedia depois discrição ao dirigente encarnado, porque alegava que tinha obtido a informação por um colega.

A terminar, o Correio da Manhã garante ainda que as peritagens aos computadores apreendidos em buscas no Estádio da Luz estão agora a decorrer e vão ser feitas na própria Polícia Judiciária, através dos seus peritos informáticos sendo que as provas recolhidas dessa forma já podem ser usadas, porque foram obtidas licitamente - através de mandato judicial, emitido no âmbito do processo E-Toupeira.