Convidado da Thinking Football Summit 2022, que decorre o Porto, Roger Schmidt, treiador do Benfica, falou do que está a achar de Portugal nestes primeiros tempos em solo luso, mostrado-se feliz com a decisão que tomou.

"Sinto-me muito bem recebido, a cultura portuguesa é muito amável, sente-se uma energia positiva no País, especialmente em Lisboa, onde passo mais tempo. Vir trabalhar para Portugal foi uma das melhores decisões na minha vida", disse. "Tenho uma mente aberta e quando vou trabalhar para um país diferente, interesso-me pela cultura, em geral, e pela cultura futebolística desse país. Essa é uma das razões que me leva a gostar de trabalhar no estrangeiro", explicou.

O técnico alemão disse também o que pensa do futebo português e da Liga portuguesa, tendo em conta aquilo que viu até agora. "Depois, no início da época, fiquei também a conhecer outras equipas. Após cinco meses a minha primeira impressão é que este é um campeonato difícil comprando com outros onde já trabalhei. Preparar cada jogo é um desafio em si, mas por vezes também nos surpreendemos durante o jogo porque a abordagem da equipa é diferente daquela que tínhamos preparado. Também percebi que, a nível defensivo, contra equipas que não estão ao nível do Benfica, do FC Porto ou do Sporting, estão ainda assim bem organizadas defensivamente e são equipas aguerridas", sublinhou.

Ainda assim, não será fácil, a opinião do técnico germânico, a Liga portuguesa atingir o nível das mais poderosas da Europa: "Acho que Portugal é um país fantástico, mas tem uma dimensão pequena, com 10 milhões de habitantes e o número de jovens jogadores é mais pequeno em relação a outros países. Na Alemanha temos 70 milhões de habitantes, por exemplo. Acho que Portugal ocupa neste momento uma boa posição no futebol europeu. E acho que continua a evoluir. Este ano estivemos perto de ter três equipas portuguesas na fase a eliminar da Liga dos Campeões. Isto quando vemos equipas como o Barcelona a não conseguir passar pelo segundo ano consecutivo. O que está a acontecer em Portugal é positivo, mas há sempre espaço para melhorar".

Schmidt teve ainda tempo para destacar a aposta na formação, em especial a que o Benfica tem vindo a levar a cabo. "É uma filosofia do Benfica desenvolver jovens para jogar na primeira equipa e, se forem bons o suficiente, vender e ter dinheiro para manter a equipa competitiva nas competições europeias. Acho que é uma boa filosofia porque para todos os clubes é um valor acrescentado ter jogadores da formação na equipa principal. É uma forma de identificação para o clube e também para os adeptos. No Benfica, todos querem ver os jovens da formação na equipa principal. De queremos chegar a fases mais avançadas da Liga dos Campeões não podemos jogar apenas com atletas da formação. Seria difícil. Mas ter alguns é algo de positivo que também me agrada", frisou.