Eusébio foi uma das figuras do Benfica e de Portugal da década de 60 e 70. Mesmo depois de deixar os relvados, o futebolista que nasceu em Moçambique permaneceu como figura do país, sendo a imagem do futebol em Portugal. Muitas vezes se ouviu que Portugal era Futebol, Fado e Fátima. Amália encarregou-se de levar o Fado português a todo o Mundo, Eusébio encarregou-se de fazer o mesmo com o Futebol.

Talvez por essa força, muito se disse e escreveu sobre o Pantera Negra. Entre as muitas estórias que hoje se recordam, uma das mais curiosas era a ligação do jogador com o Estado Novo, e mais concretamente Salazar.

A este propósito, vulgarizou-se dizer que Eusébio nunca deixou Portugal e o Benfica porque Salazar “decretou” que ele seria uma propriedade do Estado. O próprio Eusébio deixou essa ideia na confissão de uma das conversas que teve com Salazar, mas de facto nunca nada foi oficializado e a razão para não ter chegado a sair foi explicada com obrigações militares que o Pantera Negra também teve de cumprir.

Em 1962/63, Eusébio teve um pré-acordo com a Juventus e acabou por não sair porque tinha de ir para tropa, pois era impensável para a ideologia do Estado Novo dispensar fosse quem fosse de ir à tropa. Eusébio cumpriu o serviço militar e permaneceu no Benfica.