O antigo presidente do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), Augusto Baganha, foi ouvido na terça-feira na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na Assembleia da República,  na sequência de um requerimento apresentado pelo PSD sobre as razões para ter sido afastado do IPDJ.

Na sua intervenção, Baganha disse que se "verificaram, em momentos inesperados das decisões jurídicas do IPDJ, pressões ilegítimas e em privado, por parte de membros do Governo", principalmente sobre o caso da interdição do Estádio da Luz.

"Posso revelar é que o Sr. Secretário de Estado enviou, por SMS, o número do telemóvel do Advogado do Sport Lisboa e Benfica, para a minha colega do Conselho Diretivo, Dr.ª Lídia Praça, a fim de que fosse resolvido o processo da interdição do Estádio da Luz, em julho de 2017. Isto, porque nunca aconteceu com qualquer outro processo, foi entendido por mim como pressão. Esta situação pode ser comprovada por análise aos registos telefónicos", disse o antigo responsável pelo IPDJ

Esta quinta-feira, João Paulo Rebelo respondeu às acusações de Augusto Baganha. Chamado também à Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na Assembleia da República, o secretário de Estado confessou que enviei a mensagem referida por Baganha. "Estou aqui a dizer que sim, enviei", afirmou.

Depois disso, João Paulo Rebelo explicou o que aconteceu. "Foi-me pedida uma reunião com um agente desportivo, um representante do agente desportivo. Não há entidade do desporto, cidadãos, que procurem reunir com o Secretário de Estado e que não tenham uma audiência. É uma obrigação. Houve um pedido e um agendamento dessa reunião", começou por dizer.

"Nessa reunião são-me transmitidas preocupações sobre uma temática e essa matéria não estava na minha dependência direta. Não era nada que conseguisse decidir. E depois fiz o que faço muitas vezes. Encaminhei para o IPDJ que tinha competência para tratar do assunto. E o assunto está tratado e resolvido há mais de um ano", garantiu João Paulo Rebelo.

"Depois de anos e anos, nós agora temos um clube que tem um regulamento de utilização e segurança. Onde há alguém que veja problema nisto? Houve um pedido de reunião legítima. Não foi num vão de escada ou num restaurante. Está na minha agenda. Essa reunião aconteceu, faz parte das minhas obrigações. Do resultado da reunião, avaliei que não era eu que resolvia o problema, era o IPDJ, que eu tutelo, e passei. Quando um atleta pede uma reunião e me vem transmitir que ainda não recebeu um prémio desportivo de uma prova, tomo nota e encaminho para os serviços", concluiu.