Alvo de insultos racistas, Moussa Marega pediu para ser substituído quando decorria o minuto 71 da visita ao terreno do Vitória de Guimarães. Na altura, vários colegas - e o próprio treinador, Sérgio Conceição - tentaram convencer o avançado maliano a permanecer em campo, mas nada acabou por o demover.
No final do encontro, e perante as repercussões e visibilidade que o gesto de Marega adquiriu, foram muitas as vozes que se levantaram a criticar jogadores e treinador do FC Porto por não terem acompanhado o colega no ato de abandonar o jogo. Porém, de acordo com o Regulamento Disciplinar da Liga, tal ter custado bem caro aos 'dragões'.
Esse gesto solidário com o maliano custaria entre 12.750 e 25 mil euros aos cofres 'azuis e brancos' e ainda a perda de 5 a 8 pontos na tabela classificativa - são essas as punições inscritas no regulamento para qualquer equipa que abandone um encontro. E o facto de se tratar de um gesto solidário em função de se tratar de uma resposta a um ato de racismo não garantiria exceção a estas punições. Ou seja, essa 'solidariedade' poderia hipotecar praticamente em definitivo a luta pelo título.
"Os clubes, cujas equipa em jogos oficiais abandonarem deliberadamente o recinto do jogo depois de este iniciado ou tiverem nele comportamento coletivo que impeça o árbitro de fazer prossegui-lo e concluí-lo serão punidos com uma sanção de subtração de pontos a fixar entre os cinco e os oito pontos e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 75 Unidades de Conta (UC) e o máximo de 125 Unidades de Conta (UC)", pode ler-se na alínea A do Artigo 75º dos regulamentos, não havendo qualquer referência a atenuantes como o racismo, que pudessem atenuar tais sanções.
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