O Sporting foi aos Açores vencer o Santa Clara por 0-2; Morita e Nuno Santos fizeram os golos dos leões e garantiram a segunda vitória fora para a equipa de Rúben Amorim. Para o Santa Clara marcou Tagawa já bem perto do final.
Os leões dominaram por completo a primeira parte, assumindo por completo as despesas da partida e conseguindo chegar à vantagem antes da meia-hora. Na segunda parte o Santa Clara foi mais agressivo e dificultou muito a vida aos leões que só perto do fim chegaram ao golo da tranquilidade.
Primeira parte de sentido único
Depois da derrota diante do Marselha para a Liga dos Campeões, o Sporting voltava ao campeonato disposto a dar seguimento ao triunfo conquistado diante do Gil Vicente na ronda anterior. Pela frente estava um Santa Clara em zona de descida, com cinco derrotas em oito jornadas e apenas uma vitória.
Para tentar roubar pontos aos leões, o treinador Mário Silva fez três mudanças em relação à última partida diante do Rio Ave; para além do guarda-redes Gabriel Baptista, que tomou o lugar de Marco, entraram também Anderson e Adriano para os lugares de Tassano e do castigado Boateng. O técnico dos açorianos teve de mexer no seu sistema tático, entrando em campo com uma defesa a quatro, e com o médio Anderson para no eixo da defesa.
Já Rúben Amorim fez duas alterações relativamente ao jogo de Marselha, e ao contrário do que se poderia esperar, uma das mudanças não foi na baliza já que Adán continuou a merecer a confiança do treinador leonino; Amorim decidiu antes trocar Gonçalo Inácio pelo capitão Coates, e ainda Francisco Trincão por Paulinho.
A partida começou em ritmo lento com o Sporting, tal como se esperava, a assumir as despesas do jogo. Todavia, os leões mostravam muitas dificuldades em ultrapassar o bloco mais baixo do Santa Clara; os açorianos fechavam-se no último terço do terreno, à procura de um erro do adversário para lançar rápidos contra-ataques.
Depois de vinte minutos a canalizar o seu ataque pelas alas, através de Nuno Santos e Esgaio, o Sporting começou a procurar mais o corredor central, explorando a capacidade de Edwards e Pedro Gonçalves no jogo entre linhas.
E foi precisamente dessa maneira que os leões chegaram ao golo; Edwards recebe no meio, descai para a esquerda já dentro da área e remata par boa defesa de Gabriel que já não foi capaz de travar a recarga de Morita de cabeça.
O golo apenas alterou os números do marcador, já que o Sporting continuou a dominar a partida, perante um Santa Clara que continuava bem fechado no seu meio-campo e sem ameaçar a baliza de Adán que foi quase sempre um espectador ao longo da primeira parte.
Santa Clara cresce e Adán responde
Ao intervalo Mário Silva resolveu mudar de ponta-de-lança, trocando João Lima pelo japonês Tagawa. O japonês não perdeu tempo e conseguiu criar a primeira oportunidade de perigo para a equipa da casa ao servir Bicalho que rematou para boa defesa de Adán.
Os açorianos entraram na segunda parte mais pressionantes, apertando os leões na sua zona defensiva; tal postura acabou por, naturalmente, abrir espaços na retaguarda do Santa Clara que o Sporting tentou explorar. Marcus Edwards esteve perto de tirar partido desses espaços aos 55 minutos quando, numa investida individual, rematou forte mas ao lado da baliza de Gabriel.
Do banco do Santa Clara vinha a mensagem de que era preciso mais agressividade ofensiva; Mário Silva fez entrar Andrezinho e Alano para os lugares de Matheus e Bobsin, alterações que aumentavam o pendor ofensivo dos açorianos.
A equipa da casa voltou a assustar à passagem dos 69 minutos; Ricardinho ganhou espaço no centro e rematou de longe para uma grande defesa de Adán que negou o golo dos açorianos com a ponta dos dedos.
Perante o crescendo do Santa Clara, Rúben Amorim resolveu refrescar o meio-campo e o ataque com as entradas de Rochinha e Sotiris para os lugares de Edwards e Morita.
Apesar disso os leões continuavam com algumas dificuldades em sair a jogar desde a sua zona defensiva, cometendo alguns erros na construção ainda no seu meio-campo, levando a equipa de Alvalade a passar por alguns calafrios; um dos quais esteve perto de se transformar no empate mas o remate de Bruno Almeida obrigou Adán a fazer a defesa da tarde.
Os minutos finais da partida foram de sofrimento para um Sporting agora incapaz de pressionar e colocar o seu jogo sobre o relvado açoriano, remetendo-se a incaracterísticos pontapés para a frente e alívios aleatórios na zona defensiva.
Todavia o sofrimento não durou até final já que, em cima do minuto 90, Nuno Santos aproveitou um alívio incompleto da defensiva do Santa Clara após um canto para, com um belo remate, fazer o segundo dos leões e fechar completamente o jogo.
A partida não terminou sem que o Santa Clara, provavelmente a aproveitar algum relaxamento dos leões, tenha chegado ao golo; no quinto minuto de descontos, Tagawa fugiu à defesa leonina e, na cara de Adán, fez o golo dos açorianos.
Foi a segunda vitória do Sporting fora de casa, já o Santa Clara continua em zona perigosa na tabela, ainda com os mesmos cinco pontos.
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