O ‘onze’ de Rúben Amorim enfrenta na quarta-feira, no reduto do FC Porto, o nono ‘match point’ consecutivo e, aparentemente, o mais complicado para evitar a 16.ª derrota da equipa de futebol do Sporting em 2019/20.

Depois de salvar os oito primeiros, com seis vitórias e dois empates, o conjunto comandado pelo ex-jogador do Benfica vai tentar replicar o que fez em todos os seus 19 jogos nacionais na presente temporada, os primeiros 11 pelo Sporting de Braga.

Caso falhe o objetivo, numa 32.ª ronda em que os ‘dragões’ só precisam de ponto, ou que o Benfica não triunfe na véspera, para selarem o 29.º título, o Sporting somará, ao 46.º jogo, o 16.º desaire da época.

Caso isso aconteça, numa época marcada por uma interrupção de quase três meses devido à pandemia de covid-19, os ‘leões’ superam os seus piores registos de derrotas numa temporada, as 15 de 2000/01, de permeio entre os seus dois últimos títulos nacionais, e de 2012/13, rumo ao sétimo lugar na I Liga.

A formação ‘leonina’ soma oito derrotas no campeonato (em 31 jogos), três na Liga Europa (oito), duas na Taça da Liga (quatro), uma na Taça de Portugal (um) e outra na Supertaça (um), registo sem a participação, para já, de Rúben Amorim.

O Sporting arrancou a temporada com Marcel Keizer, que começou da pior forma, ao ser goleado por 5-0 pelo Benfica, na Supertaça, no Algarve, para acabar por sair após o desaire caseiro por 3-2 face ao Rio Ave, na quarta ronda da I Liga.

Para suceder ao holandês, a escolha recaiu em Leonel Pontes, numa decisão a tentar ‘replicar’ o Benfica de 2018/19, com Bruno Lage, mas os resultados não corresponderam, com desaires no reduto do PSV (2-3), para a Liga Europa, e nas receções a Famalicão (1-2), para o campeonato, e Rio Ave (1-2), para a Taça da Liga.

Assim, chegou Jorge Silas, que assinou em 27 de setembro de 2019 e ‘aguentou-se’ cerca de cinco meses, ‘desistindo’ depois do desaire por 4-1 no reduto do Besaksehir, após prolongamento, que ditou o adeus à Liga Europa, nos 16 avos de final.

Antes, o treinador que começou a época no Belenenses SAD, sendo muito cedo destituído, já tinha somado oito derrotas, algumas bem dolorosas, como a primeira, no reduto do Alverca (0-2), do terceiro escalão, para a terceira ronda da Taça de Portugal.

Silas também perdeu na receção aos outros ‘grandes’ – 1-2 com o FC Porto e 0-2 com o Benfica – e duas vezes, no espaço de cinco dias, com o Sporting de Braga, na ‘pedreira’, para as meias-finais da Taça da Liga (1-2) e para a 19.ª ronda da I Liga (0-1).

A fechar, e já com a situação sentenciada, em 03 de março, o técnico de 43 anos comandou o Sporting à 15.ª derrota da época, em Famalicão (1-3), na ronda 23 do campeonato, para igualar os registos negativos de 2000/01 e 2012/13.

Em 2000/01, na ressaca de um cetro que colocou um ponto final numa ‘seca’ que durava desde 1981/82, o Sporting não fez uma má época, sendo terceiro no campeonato, semi-finalista da Taça de Portugal e vencedor da Supertaça, face ao FC Porto, ‘tombando’ ainda na fase de grupos da ‘Champions’.

Ainda assim, e em 49 encontros, os ‘leões’ perderam 15 vezes, sete sob o comando de Augusto Inácio, que depois do título de 1999/00 foi despedido após um 0-3 na Luz, à 13.ª ronda da I Liga, uma com o interino Fernando Mendes e sete com Manuel Fernandes.

A segunda temporada com 15 derrotas, nos 42 jogos de 2012/13, foi bem mais negativa, com o sétimo lugar na I Liga, a 36 pontos do campeão FC Porto, em 30 jornadas, e as eliminações na fase de grupos da Liga Europa e da Taça da Liga e na terceira ronda da Taça de Portugal, no reduto do Moreirense.

Para a ‘hecatombe’ contribuíram quatro treinadores, com Ricardo Sá Pinto a somar as duas primeiras derrotas, Oceano Cruz as duas seguintes, o belga Frankie Vercauteren mais seis e Jesualdo Ferreira as derradeiras cinco.