A SAD do Vitória de Guimarães, detentora da equipa da I Liga portuguesa de futebol, obteve, na época 2016/17, um resultado positivo de 2,8 milhões de euros, após os rendimentos terem crescido 42%, para os 16,9 milhões.

O Relatório e Contas da época passada, aprovado pelos acionistas, a 30 de setembro, e cedido pelo clube minhoto à Agência Lusa, mostra que o lucro, depois de se ter fixado nos 364 mil euros na época 2015/16, cresceu para os 2,8 milhões de euros, valor previamente avançado pelo vice-presidente do clube para a área financeira, Francisco Príncipe, ao diário desportivo O Jogo, a 05 de outubro.

O resultado apoiou-se na subida dos rendimentos dos 11,9 para os 16,9 milhões, por sua vez, motivada pelas vendas e serviços prestados, que cresceram dos 6,2 para os 10,5 milhões (69%) - que incluem vendas de jogadores.

O documento realçou ainda os 2,6 milhões garantidos com a ida à fase de grupos da Liga Europa, após o quarto lugar na I Liga, as "receitas da Taça de Portugal" - a equipa perdeu a final contra o Benfica (2-1) -, e as receitas de "patrocínios e publicidade" e da "quotização" do clube.

Já os gastos, cresceram a menor ritmo (10%), dos 10,22 para os 12,23 milhões, principalmente a nível do pessoal, já que a SAD despendeu 6,8 milhões com os 95 funcionários, onde se incluíam 15 treinadores profissionais e 56 atletas, com os quais gastou mais 50% face a 2015/16 para "aumentar a capacidade competitiva da equipa principal”, que obteve o quarto lugar na I Liga.

O maior fosso entre rendimentos e gastos possibilitou um resultado operacional de 4,7 milhões, que, depois, em função das amortizações e depreciações (1,7 milhões) e dos juros e impostos (156 mil euros), se transformou no lucro final.

O documento mostra ainda, pela primeira vez, no quinto ano de atividade, um capital próprio positivo, ao subir de um valor negativo de 525 mil euros, em 2015/16, para os 2,3 milhões de euros, valor que permitiu à SAD vimaranense atingir "pelo menos 50% do capital social", que, "desde há um ano", é de 4,5 milhões, repartidos por 900 mil ações a um valor nominal de cinco euros.

O ativo da SAD ultrapassou pela primeira vez o passivo, após ter crescido 33% para os 15,2 milhões de euros, sobretudo no ativo não corrente - subiu dos 3,9 para os 6,6 milhões, após a aquisição dos "direitos económicos de 16 jogadores" pelo montante de 4,2 milhões e das "obras de melhoramento" no Estádio D. Afonso Henriques e no Complexo Desportivo.

Já o valor do passivo, cresceu dos 11,9 para os 12,9 milhões (8%), graças ao crescimento dos valores adiantados a clientes, dos dois para os três milhões de euros.

O Relatório e Contas indica, numa nota final, que a SAD, para manter o "equilíbrio das operações" e poder "diminuir a dependência da venda de ativos", onde se incluem os futebolistas profissionais, não pode "descuidar o necessário controlo sobre o nível de gastos".