O presidente da SAD do Tondela disse hoje que o objetivo para a próxima época é ter uma equipa com menos jogadores, mas, os que estão, que tenham “mentalidade de vencedores” na I Liga de futebol.

“Não [teremos] mais de 23 jogadores, entre 21 e 23 jogadores. Há que ir buscar competência, mas há muito sentido de equipa. Praticamente não há nenhuma saída de um jogador que não acabe o contrato e há que encontrar substitutos de posições onde não há jogadores suficientes e tentar sobreviver, é o objetivo número um”, destacou o presidente da SAD.

David Belenguer falava aos jornalistas no decorrer do primeiro treino aberto à comunicação social, no estágio da pré-época, no complexo desportivo do Estádio João Cardoso, em Tondela, antes de seguirem, em 30 de agosto, para o Centro de Treinos/Estágios do Luso, onde o tondela ficará até 05 de setembro.

Este responsável desportivo assumiu ainda que quer “ver um Tondela ambicioso, com os pés no chão, realista, humilde, mas com um coração muito grande” e “com a sensação que é possível lutar e ganhar contra qualquer um” do campeonato português de futebol.

“Desde que cheguei ao Tondela, estou a tentar que fique impregnado nas paredes dos balneários e nos jogadores, que mudem para uma mentalidade ambiciosa e com qualidade. Uma mentalidade de vencedores. O que não quero, o que não posso consentir, é que antes de começar o jogo estejam já derrotados”, avisou.

David Belenguer elogiou ainda o novo treinador do Tondela, com quem já trabalhou no Extremadura durante duas épocas, de 1998 a 2000. O agora administrador tondelense era na altura jogador e Pako Ayestarán adjunto de Rafa Benitez.

“Foi meu treinador. Tem sentido de equipa e entende futebol desde a simplicidade das coisas, porque não há que inventar o futebol, há que fazer as coisas bem. Não se pode mudar o futebol, mas é muito importante fazer muitas coisas bem e esse é o objetivo que tanto ele como Luís Agostinho [diretor desportivo] têm para construir a equipa”, adiantou.

Uma equipa que, “no mesmo nível de qualidade” serão, segundo a sua preferência, “primeiro os de Tondela e da região, depois portugueses” e só depois é que vem o mercado internacional. Afinal, defendeu, “toda a gente tem os olhos no futebol português e vêm cá buscar jogadores”.

David Belenguer prometeu ainda, até ao fecho do mercado, em 06 de outubro, que “chegarão mais reforços” ao Tondela, “dentro das possibilidades e da situação económica atual”, que o presidente da SAD não quis revelar.

“Esta situação de alerta e de não saber o que nos espera daqui a três meses está a afetar claramente o fecho do orçamento. Estamos continuamente a adaptar-nos às novas situações. Há patrocinadores que caem, há patrocínios que têm de mudar e outros que não podem respeitar os acordos que fizeram”, justificou.

Neste sentido, adiantou que tem a “responsabilidade de, ao administrar o Tondela, não hipotecar o futuro” do clube e, na situação atual de pandemia, disse acreditar que “nenhum clube na Europa aumentou o orçamento da temporada anterior”, pelo que “poder repetir o da temporada passada seria um êxito”.

No final do treino, João Pedro disse aos jornalistas que “ainda é cedo para falar”, após quatro dias de trabalho conjunto, mas “o objetivo é construir um ambiente forte, unido e positivo, porque isso se reflete nos resultados em campo”.

O médio elogiou os reforços que chegaram até à data, lembrou que “os objetivos e a expectativa são os mesmos de sempre”, ou seja, a manutenção o quanto antes, e lamentou ainda a ausência de adeptos nos jogos, por causa da pandemia de covid-19.

“É mais importante a segurança das pessoas e, neste momento, o futebol está a ser, de certa forma, sacrificado. Estamos a tentar dar o exemplo, é pena que noutros eventos não seja assim, mas isso são outros quinhentos”, atirou João Pedro.