Os dois suspeitos de uma burla que causou prejuízos superiores a um milhão de euros à banca saíram hoje em liberdade do tribunal de Leiria, mas proibidos de contactarem os arguidos do processo, disse à Lusa fonte da PJ.

O comerciante e o gestor detidos na quarta-feira em Braga e em Guimarães são presumíveis coautores de crimes de burla qualificada e falsificação de documentos, em colaboração com um outro arguido, o ex-presidente da SAD da União de Leiria João Bartolomeu, adiantou a mesma fonte da PJ à Lusa.

Para além da proibição de qualquer contacto entre os três arguidos do processo, as medidas de coação aplicadas aos dois detidos, de 41 e 44 anos, ouvidos hoje em tribunal, determina a entrega dos passaportes e apresentações semanais às autoridades.

Na quinta-feira, após a detenção do comerciante e do gestor, ambos do norte do país, a PJ informou em comunicado que "de acordo com os elementos de prova coligidos no decurso da investigação, os detidos, com a colaboração de outro arguido, participaram na elaboração e consumação de um plano que consistiu na sucessiva apresentação a desconto de dezenas de títulos de crédito falsos".

O prejuízo patrimonial está avaliado num valor que ultrapassa o milhão de euros, pode ler-se na nota da PJ.

A 16 de outubro de 2102, após buscas e detenção efetuada pela PJ, o ex-presidente da SAD da União de Leiria João Bartolomeu saiu em liberdade do Tribunal Judicial de Leiria, obrigado ao pagamento de 70 mil euros de caução.

João Bartolomeu, empresário leiriense, ficou ainda sujeito a apresentações semanais às autoridades e à entrega do passaporte.

O empresário, suspeito de vários crimes de burla qualificada e falsificação de documentos bancários, designadamente de letras de câmbio, tinha sido detido pela PJ de Leiria e foi ouvido em primeiro interrogatório judicial, que durou cinco horas.

Os ilícitos que levaram à detenção de João Bartolomeu, de 66 anos, reportam a eventuais crimes «cometidos na zona de Leiria, tendo sido identificadas diversas situações que, no seu conjunto, terão causado prejuízos patrimoniais de valor superior a um milhão de euros», podia ler-se num comunicado divulgado pela PJ.