O arquivamento, sexta-feira, da CD ditou a decisão hoje anunciada pelo Vitória, que entende ainda que a classificação final do campeonato não deve ser homologada porque o jogo com o Sporting de Braga pode ainda ser repetido, conforme recurso já antes apresentado no CJ pelo clube vimaranense.

“Recorremos para o CJ porque entendemos que o comportamento em concreto nos prejudicou. Nada nos inibe ou atemoriza na defesa dos interesses do Vitória e por eles vamos até ao fim”, disse o director geral do clube, João Martins, em conferência de imprensa.

As queixas contra o árbitro portuense dizem respeito à sua actuação no polémico “derby” minhoto da 25ª jornada do campeonato, que teve lugar a 02 de Abril, em Braga, e que terminou com a vitória dos “arsenalistas” por 3-2.

Os responsáveis vitorianos, que mostraram imagens de vídeo não editadas juntamente com as da SporTV, que transmitiu o encontro, entendem que Artur Soares Dias faltou à verdade no relatório sobre a justificação do segundo cartão amarelo mostrado a Andrezinho.

Segundo João Martins, o árbitro terá escrito que o jogador foi admoestado devido a “palavras e a gestos efusivos”, mas nas imagens não editadas é possível ver que o atleta brasileiro não esboçou qualquer gesto mais expansivo nem parece dirigir quaisquer palavras ao árbitro.

O lance dizia respeito a uma eventual falta de Flávio Meireles (e não de Andrezinho) sobre o avançado colombiano, que ditaria a terceira grande penalidade contra o Vitória e o resultado final, já em período de descontos.

O Vitória de Guimarães já tinha feito entrar no CJ da FPF um recurso pela decisão da CD de arquivar o protesto do jogo (tendo por base a continuidade de Rodriguez em campo depois de ver o cartão vermelho) e entende que, enquanto não houver decisão, a classificação final do campeonato não pode ser homologada, já que uma decisão favorável ao Vitória ditará a repetição do jogo, explicou João Martins.

Ladeado pelo vice-presidente Paulo Pereira, o director geral e responsável pelo gabinete jurídico do clube lamentou ainda o castigo ao presidente da direcção vitoriana, Macedo da Silva, por no final do jogo ter criticado, ainda que de forma mais “incisiva”, a actuação do árbitro e por ter entrado nos balneários do Vitória.

“Punir este comportamento é querer impedir o direito à liberdade de expressão. As decisões da CD da Liga, que ontem (segunda feira), felizmente, cessou as suas funções, criaram um sentimento de falta de confiança absoluta naquele organismo, mas temos convicção de que a nova CD trará mais maturidade e confiança nas suas decisões”, disse.

No final, João Martins afirmou ainda que o clube não quer condicionar as futuras decisões da Comissão de Arbitragem, mas “o normal senso exige” que Artur Soares Dias não seja nomeado para os jogos do Vitória de Guimarães em casa.