Um golo de Rafa no último suspiro (90+8) permitiu ao Benfica sair de Vizela na liderança do campeonato, recuperando a vantagem de um ponto sobre FC Porto e Sporting. Os ‘encarnados’ tinham somado apenas uma vitória nos últimos três jogos (na Trofa, para a Taça de Portugal, também ela bastante sofrida) e havia a expectativa de perceber o impacto da goleada sofrida com o Bayern Munique. Certo é que os ‘encarnados’ sentiram inúmeras dificuldades para furar a defesa bem organizada do Vizela, que deu uma excelente réplica mas deitou tudo a perder com um erro no último lance.
Jorge Jesus foi premiado pelas mexidas que fez durante a segunda parte e pela crença em Rafa, como o próprio afirmou no final da partida: “Sabia que ele já não estava em condições físicas, mas acreditei que ele numa jogada rápida pudesse surpreender o adversário. Ao contrário daquilo que eu pensei, foi na finalização que ele fez o golo.”
Veja o resumo
Jorge Jesus fez apenas uma alteração (forçada) comparativamente com a derrota frente ao Bayern Munique, com Diogo Gonçalves a render André Almeida na ala direita. Os ‘encarnados’ assumiram as rédeas do jogo, como seria de esperar, mas não havia agressividade nem ideias para ultrapassar o adversário, que, importa sublinhar, não se limitou a defender.
O Vizela empurrava o Benfica para o último terço do campo e aos 10 minutos Vlachodimos quase comprometeu perante a pressão de Schettine, oferecendo a bola a Samu. O médio dos vizelenses, que estava em excelente posição para marcar, acabou por permitir a defesa do guarda-redes grego.
O primeiro remate da equipa de Jorge Jesus só apareceu aos 31 minutos, quando Diogo Gonçalves aproveitou uma bola perdida à entrada da área e chutou de primeira para uma grande defesa de Charles. Foi o melhor que as ‘águias’ conseguiram durante a primeira parte. Do lado do Vizela, houve algumas tentativas de ferir o adversário, sobretudo no contragolpe, mas Vlachodimos foi conseguindo afastar o perigo.
O Benfica voltou melhor do descanso e passou a criar mais oportunidades no flanco direito, contrariamente ao que tinha sucedido nos primeiros 45 minutos. Aos 52' Diogo Gonçalves cruzou com espaço ao segundo poste, onde Darwin cabeceou para uma boa intervenção de Charles. Grimaldo também tentou a sorte (58'), depois de um primeiro corte da defensiva vizelense, mas o remate saiu por cima.
A equipa da casa, contudo, não desapareceu no jogo e voltou a assustar em contra-ataque, aproveitando uma perda de bola de Weigl. Schettine entrou na área com espaço para finalizar, mas preferiu entregar a Nuno Moreira, que atirou contra um adversário.
Jorge Jesus tardava em mexer na equipa: Radonjic (estreia na I Liga), Everton e Gonçalo Ramos entraram a 20 minutos do fim, Pizzi e Taarabt foram lançados aos 84', já depois do golo anulado por fora de jogo de Rafa. O relógio avançava, a pontaria das 'águias' continuava desafinada e tudo parecia encaminhar-se para o empate.
Quando passavam oito minutos para lá dos 90, tudo mudou. Radonjic aproveitou uma escorregadela de Samu e meteu para Pizzi, que cruzou na medida certa para a área, onde Rafa, solto de marcação, tocou para o golo. O Vizela fez por merecer outro resultado, mas o Benfica acreditou até ao fim. Estava encontrado o remédio para a ressaca europeia.
O momento
Golo de Rafa aos 90+8: O momento que já ninguém esperava, mas que permitiu ao Benfica sair vivo de Vizela. Pizzi recebeu na direita, tirou um grande cruzamento e Rafa surgiu ao segundo poste para encostar para o fundo das redes.
O melhor
Rafa: Começou mais apagado - e a equipa ressentiu-se disso - mas foi crescendo no jogo até ao momento em que, no último minuto, apareceu no sítio certo para dar a vitória ao Benfica. Antes disso já tinha marcado, mas estava em posição ilegal.
O pior
Darwin: O avançado uruguaio, melhor marcador do Benfica neste momento, esteve bastante desinspirado, com muitos passes falhados e más decisões tomadas no último terço. Saiu aos 84' para dar lugar a Pizzi, que acabaria por ter influência no resultado.
Comentários