A Académica-Organismo Autónomo de Futebol (OAF) anunciou hoje que recebeu uma proposta para aquisição de 49% de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) que o clube venha a criar, caso altere o atual modelo societário (Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas).
“Após vários meses de negociações de forma a garantirmos a melhor proposta possível para a Académica OAF que assegure os seus interesses, na perspetiva do seu equilíbrio financeiro e na defesa da sua missão desportiva e social na cidade de Coimbra e no contexto nacional, estamos em condições para proceder à sua apresentação aos sócios e de mais interessados”, revelou a ‘briosa’ numa publicação nas redes sociais.
Segundo o comunicado, a direção vai iniciar “nos próximos dias” os procedimentos para a Académica avançar para a criação de uma SAD, começando por solicitar o agendamento de um Conselho Académico, antes de marcar uma assembleia-geral extraordinária para o mais breve possível.
“Nesses momentos, apresentaremos os termos da proposta, identificação dos investidores e estaremos disponíveis para esclarecimentos adicionais”, adianta o clube, referindo que “as datas destes eventos serão informadas muito brevemente", uma vez que pretende "garantir as disponibilidades de todos os órgãos sociais e a ausência de jogos da equipa principal”.
O atual presidente da ‘briosa’, Pedro Roxo, foi eleito em junho de 2019 com a promessa de criar uma SAD, tendo, na altura, garantido que existia um parceiro financeiro interessado em investir 30 milhões de euros em 10 anos, se o clube alterasse o atual modelo de gestão.
Em 21 de novembro do mesmo ano, a direção da Académica retirou da ordem de trabalhos da assembleia-geral o ponto para alteração de estatutos que permitia referendar a passagem do clube a SAD, justificando a decisão com a ameaça da direção-geral da Associação Académica de Coimbra (casa-mãe) de retirar o símbolo e o nome ao clube caso o investidor da futura SAD tivesse mais de 50% do capital social.
Na proposta de alteração de estatutos estava previsto que o investidor da SAD ficaria com 70% do capital social, enquanto a Académica com os restantes 30%, embora numa fase inicial o acionista principal ficasse com 72% do capital.
O futuro investidor, cujo nome não foi anunciado, embora integrasse o grupo BMG, teria de investir 20 milhões de euros nos próximos 10 anos, com uma média de investimento no futebol profissional de dois milhões por ano.
O processo não avançou e esteve praticamente ‘esquecido’ até 19 novembro de 2021, altura em que o presidente Pedro Roxo anunciou, em assembleia-geral, numa comunicação por videoconferência, que até final de 2021 seria apresentada uma nova proposta para a constituição de uma SAD.
O prazo acabaria por ser dilatado para final de janeiro.
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