Os sócios da Académica deliberaram hoje, em assembleia-geral extraordinária, autorizar a direção a contrair empréstimos ou a alienar património imobiliário pelo valor mínimo de quatro milhões de euros para fazer face à grave situação económico-financeira.

A proposta prevê a venda do pavilhão Jorge Anjinho pelo montante mínimo de três milhões de euros e da antiga sede do clube nos Arcos do Jardim pelo valor igual ou superior a um milhão de euros ou a sua hipoteca para fazer face a empréstimos, embora esta solução esteja praticamente inviabilizada.

Segundo o presidente Paulo Almeida, a "briosa" não apresenta condições para contrair empréstimos junto da banca.

No caso da antiga sede, nos Arcos do Jardim, foi aprovada uma proposta que visa a sua aquisição por um grupo de sócios, no âmbito de uma campanha interna, de modo a que o imóvel fique nas mãos de uma sociedade com ligações ao clube e, em determinado momento, possa fazer reverter novamente o edifício para a instituição.

De acordo com a proposta, a sociedade detida na totalidade por sócios deverá adquirir o imóvel até 15 de dezembro.

Em setembro, os sócios da Académica deram luz verde para a direção contrair um empréstimo de um milhão de euros para capitalizar a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ), que se encontra em falência técnica, através de uma operação de "leasing back".

A solução previa a contratação de um crédito de um milhão de euros a pagar em 12 anos, mediante a passagem da propriedade da Academia Briosa XXI para a entidade bancária e o pagamento de uma renda mensal de 8.000 euros, mas a banca rejeitou o empréstimo.

"A operação foi recusada devido à situação económica da Académica", explicou Paulo Almeida, salientando que foram tentados outro tipo de financiamento que foram também recusados.

A Académica (SDUQ) apresentou um resultado negativo superior a 270 mil euros na última época desportiva, de acordo com o relatório de contas aprovado na assembleia-geral ordinária, que antecedeu a reunião extraordinária, com 74 votos a favor e 34 abstenções.

Na mesma assembleia, os sócios do clube aprovaram o orçamento para a época 2016/17 no montante de 2,37 milhões de euros, quase um milhão de euros a menos relativamente à época anterior.