Os credores do Beira-Mar chumbaram o Processo Especial de Revitalização (PER) do clube, abrindo o caminho à sua insolvência, informou hoje o administrador judicial provisório.

Entre os credores que votaram contra o plano de recuperação proposto no âmbito do PER está o município de Aveiro, o maior credor do clube, com cerca de um milhão de euros.

A lista de créditos que recaem sobre o Beira-Mar atinge os três milhões de euros.

No processo constam 80 credores do clube, incluindo as Finanças, com 260 mil euros, a Federação Portuguesa de Futebol, que reclama 182 mil euros, e a Parvalorem, que gere os ativos do ex-BPN, com 130 mil euros.

Entre os credores estão ainda vários ex-dirigentes do Beira-Mar, nomeadamente Caetano Alves, José Cachide, Carlos Nuno Pereira, Mano Nunes e Manuel Simões Madaíl, que reclamam na totalidade mais de 750 mil euros por empréstimos concedidos ao clube.

A lista integra ainda, entre outros credores, o ex-jogador Nuno Carvalheiro, que tem a receber 53 mil euros, e dois clubes, o Vitória Sport Clube e a SAD do Marítimo, que pretendem receber, respetivamente, 40 mil e 23 mil euros.

A direção do Beira-Mar decidiu avançar com o PER em março passado, invocando que o clube estava a enfrentar "sérias dificuldades" para cumprir pontualmente as suas obrigações, nomeadamente no pagamento aos fornecedores e ao único trabalhador, por falta de liquidez e por não conseguir obter crédito a curto prazo.

O Beira-Mar, que procedeu à alienação de 85% da sua equipa profissional de futebol sem ter recebido o pagamento devido contratado, é detentor de um crédito de 3,1 milhões de euros da SAD do clube.

Recentemente, a sociedade que gere o futebol do Beira-Mar apresentou um segundo PER, menos de meio ano depois de o tribunal ter homologado um plano que previa o perdão de 80% da dívida do clube.