A equipa que na época 1984/85 fez regressar o Sporting da Covilhã à 1.ª Divisão, depois de 23 anos de ausência do principal escalão do futebol nacional, juntou-se hoje na cidade, para assinalar os 30 anos da data.

César Brito, o melhor marcador dos serranos, manifestou-se feliz por ter a oportunidade de estar com gente que não via, em alguns casos, desde essa altura, e mostrou-se grato ao Sporting da Covilhã, de qual deu "o salto" para o Benfica.

Para o antigo avançado natural do Barco, Covilhã, uma das vantagens do grupo foi aliar a juventude de jogadores, muitos da terra, à experiência de outros elementos do plantel.

Na opinião de João Salcedas, "essa foi uma das melhores equipas que o Sporting da Covilhã já teve". Um dos argumentos que fortalecia o grupo era todo o apoio sentido. "Havia uma grande envolvência por parte do clube e da cidade", recorda o antigo defesa e ex-treinador do clube.

No relvado, à conversa com o então presidente, Álvaro Ramos, Toninho lembrou como o Estádio Santos Pinto, na zona alta da cidade, onde o clube quer voltar a jogar, impunha respeito. "Era um campo de grande respeito para os adversários. Sufocávamos quem cá vinha jogar", enfatiza o atacante, a quem, na qualidade de visitante, era dado um cálice de vinho do Porto antes dos encontros na Covilhã.

Para Álvaro Ramos, a subida de divisão representou "uma carga de trabalhos". "Durante esse verão, tivemos de pôr o relvado, porque o campo era pelado, e fazer algumas alterações", frisou, em declarações à agência Lusa.

O treinador à época, Vieira Nunes, louvou o convívio, como uma forma de vincar a "união e mística que existia". "Quanto mais ficar dos momentos do passado, maior a responsabilidade para o presente", considerou o técnico, na esperança de ver o Sporting da Covilhã, a militar na II Liga, "o mais rápido possível" de regresso ao principal escalão.

Francisco Chaló, o atual timoneiro dos serranos, felicita o clube "por saber preservar a glória do passado".

Fernando Jesus, roupeiro, conta a rir um dos episódios dessa temporada: "Quando o Rui Barros se apresentou cá, chegou ao pé de mim e disse-me que vinha para o treino. Eu, sem saber quem era, respondi-lhe que o treino dos juniores já tinha terminado".

O encontro foi também uma forma de celebrar os 30 anos da criação da claque Leões da Serra, surgida para apoiar a equipa de 1984/85.

O Sporting da Covilhã conta com 15 presenças na 1.ª Divisão. Depois dos anos de maior glória, na década de 50, o clube voltou a subir ao principal escalão em 1984/85 e, pela última vez, em 1986/87.