O Cova da Piedade enviou à Liga de futebol um pedido de ausência justificada ao jogo com o Estoril Praia, devido ao surto da COVID-19 no plantel, revelou hoje à Lusa uma fonte do clube da II Liga.

Pelo menos 15 jogadores dos piedenses estão infetados com o novo coronavírus e dois dos que tiveram resultado negativo no teste ao SARS-Cov-2 foram considerados como contactos de alto risco pela autoridade de saúde local, que após a realização do inquérito epidemiológico determinou a medida de isolamento para todo o plantel.

Segundo o parecer da Delegada de Saúde de Almada e Seixal, a que a Lusa teve acesso, este é “um surto de importância com profissionais sintomáticos que estiveram em contacto próximo e se encontra ainda em investigação”, pelo que determinou que “a equipa não está em condições, neste momento, de assistir e realizar o jogo com o Estoril [Praia]” agendado para esta sexta-feira, às 18:30.

No parecer enviado à Direção-Geral da Saúde e à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Lina María Hernánez refere também que “existe uma grande probabilidade de outros viram a positivar” e frisa que “todos [os jogadores] estiveram juntos no balneário até terça-feira”, motivo pelo qual foi determinado o isolamento profilático de todo o grupo de trabalho piedense.

Contactado pela Lusa, o diretor desportivo do Cova da Piedade confirmou o pedido de ausência justificada e acusou a Liga de ser insensível aos argumentos do clube, tentando que o jogo se realize “a todo o custo”, além de referir que o caso "já chegou à diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e à ministra da Saúde, Marta Temido".

“Tentei sensibilizar a Liga para a situação, mas deparei-me ao longo de todo o dia com uma postura intransigente de três pessoas colocadas pelo organismo para me dizerem que teríamos de jogar a todo o custo e que se não o fizéssemos perderíamos três pontos. Isto é manobrar o futebol e a vida das pessoas”, acusou Edgar Rodrigues.

No pedido enviado à direção da Liga Portuguesa de Futebol, os piedenses sublinham que “todos os jogadores do clube se encontram colocados em isolamento profilático, daí decorrendo, como consequência, o cancelamento do jogo”.

O clube afirma que a aplicação da derrota em caso de não comparência por “circunstâncias de todo imprevisíveis e não imputáveis” à sua conduta é um “incentivo à prática do crime de propagação de doença contagiosa” em alternativa à perda do jogo, que “neste caso serão três jogos, em razão do hiato temporal do isolamento profilático”.

A SAD promete ainda “dar conhecimento às autoridades de Segurança Pública e de Saúde” da posição da Liga quanto à obrigatoriedade de comparência dos jogadores, decorrente do regulamento vigente, a fim de “recolher o seu parecer para os devidos e legais efeitos”.

Pelo menos 18 elementos da estrutura de futebol profissional do Cova da Piedade estão infetados com o novo coronavírus, dos quais 15 são jogadores do plantel.

Dos 10 jogadores que apresentaram resultado negativo no teste ao SARS-Cov-2, dois foram considerados como contactos de alto risco por habitarem na mesma casa que outros elementos do plantel que se encontram infetados.

O isolamento profilático deverá impedir o clube da margem sul de se apresentar, pelo menos, nos próximos dois jogos da II Liga, frente ao Estoril (hoje), Benfica B (07 de novembro).

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