A direção do Beira-Mar anunciou hoje ter apresentado uma queixa no Ministério Público (MP) de Aveiro sobre o desaparecimento de documentos importantes para a vida do clube.
Em causa está o desaparecimento de "pastas e arquivos contabilísticos, bem como dos acessos ao software de contabilidade do clube", que se encontravam depositados num gabinete, localizado no Estádio Municipal de Aveiro.
A direção do Beira-Mar diz que a falta destes documentos impede o clube de encerrar as contas referentes ao exercício económico de 2013/2014 e impossibilita a conclusão da auditoria financeira em curso.
Esta situação, de acordo com o clube aveirense, está também a criar “sérias dificuldades" à elaboração do plano de recuperação que terá de ser apresentado aos credores, no âmbito do processo de insolvência que corre na Comarca de Aveiro.
A insolvência do Beira-Mar foi decretada pelo tribunal no início deste ano e já este mês a assembleia de credores decidiu atribuir a administração da massa insolvente à direção do clube.
O processo de insolvência surgiu após a maioria dos credores ter chumbado o Processo Especial de Revitalização (PER), em outubro de 2014.
Na altura em que foi apresentado o PER, havia 80 credores que reclamavam cerca de três milhões de euros ao clube liderado por António Cruz.
O maior credor do Beira-Mar é o município de Aveiro, que reclama o pagamento de uma dívida de cerca de um milhão de euros. Logo a seguir surgem a Fazenda Nacional, com 260 mil euros, e a Federação Portuguesa de Futebol, com 182 mil euros.
Entre os credores estão ainda vários ex-dirigentes do Beira-Mar, nomeadamente Caetano Alves, José Cachide, Carlos Nuno Pereira, Mano Nunes e Manuel Simões Madaíl, que reclamam na totalidade mais de 750 mil euros por empréstimos concedidos ao clube.
Em março de 2014, a direção do Beira-Mar, então liderada por António Regala, decidiu avançar com o PER, invocando que o clube estava a enfrentar "sérias dificuldades" para cumprir pontualmente as suas obrigações, nomeadamente no pagamento aos fornecedores e ao único trabalhador, por falta de liquidez e por não conseguir obter crédito a curto prazo.
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