O avançado do Sporting da Covilhã Wendel Silva vai ser distinguido com o Troféu Fair-Play - Ética Desportiva, pelo gesto de desportivismo protagonizado na 33.ª jornada da II Liga, informou hoje a Associação de Futebol de Castelo Branco.
O prémio é entregue no sábado, no início da partida da derradeira ronda do campeonato, frente ao Académico de Viseu, e é atribuído pelo Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), iniciativa do Instituto Português do Desporto e Juventude, em parceria com a Associação de Futebol de Castelo Branco (AFCB) e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Os promotores da iniciativa justificam a distinção com "o gesto de fair-play demonstrado na partida frente ao Estoril Praia", quando o jogador atirou a bola para fora ao ver lesionado o adversário que a perdeu, num momento em que se podia ter isolado e tentado marcar golo.
O brasileiro, de 20 anos, formado no Flamengo e cedido pelo Leixões aos ‘leões da serra’, decidiu parar o jogo aos 28 minutos, quando se registava uma igualdade no marcador frente ao já campeão Estoril Praia e um golo poderia valer a permanência no segundo escalão do futebol nacional, como viria a acontecer mais tarde, com a reviravolta no resultado e o triunfo por 3-2.
O comportamento do ponta-de-lança "valeu a Wendel Silva rasgados elogios dos mais diversos quadrantes futebolísticos e desportivos, tendo o relato da sua ação feito eco tanto na imprensa desportiva como na imprensa generalista", acentuam os promotores da iniciativa, que visa destacar gestos de desportivismo no desporto.
"A atitude, de uma nobreza e fair-play a toda a prova, e reveladora da maturidade e caráter de Wendel, não passou despercebida ao PNED que, em parceria com a AFCB e a FPF, decidiu agraciar o atleta ‘beirão’ com o troféu Fair-Play - Ética Desportiva", sublinhou a Associação de Futebol de Castelo Branco.
À agência Lusa, Wendel mostrou-se surpreendido pela atribuição do troféu, de que ainda não tinha conhecimento, e agradeceu ao grupo de trabalho, por o ter apoiado na decisão tomada.
"Os meus colegas deram-me todo o apoio e elogiaram o que fiz. O treinador [Bizarro] também me deu os parabéns e disse-me que nem todos fariam o que eu fiz ali, ainda por cima sendo avançado e precisando marcar golos. Disse-me que gostou muito da minha atitude", conta o atacante.
Apesar de se manifestar "muito feliz" com a distinção, sublinhou que uma situação dessas não devia ser motivo de destaque, mas o habitual nos jogos.
"Agradeço muito, mas é um gesto que devia ser normal e não visto como uma coisa importante", disse hoje o jogador carioca, em declarações à agência Lusa.
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