O Oriental, despromovido da II Liga de futebol ao Campeonato de Portugal, assegurou hoje em comunicado ter ordenados em dia, lamentando as declarações do treinador do Desportivo de Chaves, Vítor Oliveira.
Na sua página oficial no Facebook, o clube lisboeta reagiu à sugestão de que os jogadores envolvidos no processo ‘Jogo Duplo’, que investiga a manipulação de resultados de jogos da II Liga, feita pelo técnico natural de Matosinhos.
“Essas mesmas insinuações, nomeadamente proferidas pelo treinador Vítor Oliveira, não correspondem à verdade no que diz respeito à realidade do Clube Oriental de Lisboa, um emblema cumpridor dos seus deveres para com os seus atletas e que não tem, nem teve, vencimentos por liquidar com os seus jogadores”, lê-se na página do 23.º e penúltimo classificado do segundo escalão.
Na mesma mensagem, o clube “lamenta profundamente as palavras do treinador Vítor Oliveira, personalidade conceituada e com responsabilidades no futebol nacional”, prometendo que “tudo fará em prol da defesa da verdade desportiva”.
Esta manhã, Vitor Oliveira, à margem do Congresso Internacional de Futebol, na Maia, apontou os salários em atraso como uma das causas para o aliciamento ilícito aos jogadores, para a manipulação de resultados.
"Caso se prove que há corrupção e que a hipótese da alteração de resultados é real, então as pessoas devem ser severamente punidas. É importante que se reflita sobre isso. Uma das razões mais importantes para este fenómeno tem a ver com os salários em atraso. Há clubes que não pagam há dois, três meses e os jogadores, com responsabilidades ao fim do mês, ficam mais frágeis", disse o técnico.
No sábado, a Polícia Judiciária deteve 15 pessoas no âmbito da operação ‘Jogo Duplo’, por suspeitas de manipulação de resultados de jogos da II Liga, com recurso ao aliciamento de jogadores, e que começaram hoje a ser ouvidos em primeiro interrogatório judicial, em Lisboa.
A operação ‘Jogo Duplo’ resultou nas detenções de quatro futebolistas do Oriental (João Pedro, André Almeida, Rafael Veloso e Diego Tavares), outros tantos da Oliveirense (Luís Martins, Pedro Oliveira, Ansumane e Hélder Godinho) e mais dois que alinharam na equipa de Oliveira de Azeméis esta época (Moedas e João Carela), agora no Estarreja.
O presidente da SAD do Leixões, Carlos Oliveira, e o diretor desportivo, Nuno Silva, o ex-futebolista Rui Dolores, ‘Aranha’ e Custódio, dois elementos associados aos SuperDragões, claque do FC Porto, também foram detidos pela Polícia Judiciária.
Os detidos são suspeitos de “manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol, com recurso ao aliciamento de jogadores”, segundo nota da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A operação ‘Jogo Duplo’ realizou buscas em 30 locais e envolveu mais de 70 inspetores e as detenções aconteceram depois dos jogos da 46.ª e última jornada da II Liga.
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