O presidente do Freamunde, Manuel Pacheco, está demissionário, em protesto contra os incumprimentos e silêncios de diversos patrocinadores, que colocam o clube da Liga de Honra de futebol com dois meses de ordenados em atraso.

«A minha maneira de estar na vida é cumprir com a palavra e andar de cabeça levantada. Não dá para aguentar mais a pressão de ter dois meses de salários em atraso, o que não é costume em Freamunde», disse Manuel Pacheco à Agência Lusa.

O presidente demissionário justificou a tomada de posição com a falta de respostas dos patrocinadores, nomeadamente do município de Paços de Ferreira, a quem não poupa críticas.

«Ninguém me responde, ninguém me diz nada e o compromisso de receber mensalmente uma verba para a época não está ser cumprido. Aliás, ainda não recebi tostão», explicou, acrescentando que, para agravar a situação, «o Freamunde ainda tem verbas a receber relativas à época passada».

Manuel Pacheco diz entender o corte de 20 a 25 por cento que o subsídio municipal sofreu relativamente à última época, mas lembrou que não pode dispensar essa verba, entre 250 e 280 mil euros, para fazer face aos compromissos do clube.

«Estamos a falar de cerca de 30 por cento do orçamento, mas é bom que os freamundenses percebam que é preciso descontar ao dinheiro da autarquia cerca de 150 mil euros, que é o valor que nos custa a manutenção do relvado e o pagamento das despesas de água, luz e telefone», sublinhou.

«Desiludido» com o município e outros patrocinadores, Manuel Pacheco promete explicar a sua demissão aos associados numa Assembleia-geral a realizar na próxima semana, se possível, reservando para essa altura a apresentação das contas relativas à época passada.

O anúncio da demissão de Manuel Pacheco como presidente do Freamunde surge num momento difícil da vida do clube, que ainda não tem definida a permanência da Liga de Honra de futebol, a sete jornadas do fim.

O Freamunde, 14.º classificado e no limite da permanência, com 25 pontos, defronta o Arouca, oitavo, com 28, pelas 15:00 de domingo, num jogo arbitrado por Manuel Mota, de Braga.