O Sporting da Covilhã, emblema que há mais anos consecutivos disputa a II Liga de futebol, parte para a época 2022/23 com o objetivo da manutenção no segundo escalão, mas com a ambição de “chegar sempre mais acima”.

O presidente do clube, José Mendes, afirmou que os serranos têm o orçamento mais baixo da II Liga e salientou que a sua bandeira é não destabilizar as contas do clube - “não dar um passo maior do que a perna” - e não deixar dívidas, pelo que a construção do plantel tem de ser feita com ponderação, para que o Sporting da Covilhã “continue a ser cumpridor das suas obrigações”.

“Estamos muito focados em fazer um bom campeonato. Partimos do zero, temos a ambição de chegar o mais longe possível, mas reconheço que é tremendamente difícil competir com equipas que têm orçamentos oito vezes maiores do que o do Sporting Clube da Covilhã”, disse à agência Lusa José Mendes.

O dirigente frisou que o Covilhã é o único emblema da II Liga que não é uma sociedade anónima desportiva e considerou ser fácil “desgraçar o clube”, contratando jogadores com ordenados acima da capacidade financeira e depois “empurrando com a barriga” e deixando o clube com problemas de tesouraria e administrativos, o que garantiu estar fora de questão.

“Isso comigo não acontece, porque eu não me iludo e nunca prometi a ninguém que vou subir de divisão, porque não tenho quatro ou cinco milhões. Não garanto nada, mas ninguém me tira a ambição. Parto como os outros, com zero pontos, e vou com a mesma ou mais ambição do que aqueles que têm muito dinheiro. O dinheiro dá muito jeito, mas não faz campeões e nós, em 2014/2015, já estivemos quase a demonstrar isso, com o orçamento mais baixo da II Liga”, realçou José Mendes.

Do plantel da última temporada, que teve de disputar o ‘play-off’, foi anunciada a continuidade de sete jogadores e o presidente informou que “vão ficar nove ou 10, não mais”.

Alguns, em final de contrato, saíram, e José Mendes adiantou que há jogadores do último plantel serrano a caminho da I Liga.

No caso de elementos com contrato, se surgirem propostas, “o clube tem de ser ressarcido”.

Para a próxima temporada, o grupo às ordens de Leonel Pontes será composto por “uma mescla de juventude com gente com experiência de II Liga” para que o Sporting da Covilhã consiga fazer um campeonato “mais tranquilo do que este ano”.

José Mendes vincou que os ‘leões da serra’ pagaram sempre antes de dia 30 de cada mês, mas, embora os jogadores saibam que o Sporting da Covilhã “paga certinho”, existem os custos da interioridade, que dificultam as contratações, por os futebolistas preferirem ficar em emblemas mais perto de casa ou em clubes que oferecem “quatro ou cinco vezes mais”.