O selecionador português de futebol feminino, Francisco Neto, afirmou hoje que o futebol feminino em Portugal precisa de mais praticantes para poder lutar com as melhores seleções, mas acredita que as suas jogadoras saíram mais fortes do Europeu.
"Falta número de praticantes. Ontem [quinta-feira] jogámos contra uma equipa que tem mais de 100 mil praticantes. Portugal tem 4000, Inglaterra tem 102 mil e a diferença ainda é grande", começou por dizer o selecionador, acrescentando: "Ao nível dos clubes estamos a começar com aquilo que é o trabalho um bocadinho mais profissional e irá fazer com que a jogadora evolua no seu todo".
À chegada ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, depois da eliminação na fase de grupos do Euro2017 e da derrota (1-2) diante das britânicas no último jogo do grupo D, Francisco Neto avaliou como "muito boa" a participação de Portugal na competição e assegurou que a sua seleção poderá ser melhor no futuro.
"Muito boa prestação. Uma equipa com média de idades de 23 e 24 e isso deixa algo que poderá ser ainda melhor no futuro. É para isso que vamos trabalhar. De certeza absoluta que vamos regressar mais fortes e hoje sentimos que somos mais equipa do que quando entramos [no campeonato da Europa]”, explicou.
Já a experiente jogadora e capitã da equipa da equipa das ‘quinas' Cláudia Neto destacou o feito alcançado com a primeira participação de Portugal num Europeu, bem como a qualidade que apresentaram nos três encontros disputados na Holanda.
"Lutámos muito para chegar até aqui. Felizmente conseguimos e demos tudo em campo. Esta equipa está de parabéns. Houve muito espírito de sacrifício, de entre ajuda, muita entrega e demonstrámos, mais uma vez, que somos uma equipa que tem muita qualidade", argumentou.
A atleta que joga nos suecos do Linkoping revelou também que "lutaram ainda mais pelo golo da igualdade" diante de Inglaterra, quando souberam que a Espanha estava a perder com a Espanha, uma vez que o empate seria suficiente para as portuguesas seguirem para os quartos de final.
Por sua vez, a melhor marcadora portuguesa no Euro2017, com dois golos, manifestou um sentimento misto de alegria e tristeza.
"Tivemos quase a fazer outro feito e era muito bom se tivéssemos conseguido. Estamos contentes, mas com um sabor amargo porque foi quase. [A nossa presença] Foi muito mérito nosso, da nossa equipa técnica, da federação e dos clubes, que estão a apostar no futebol feminino. Só teremos a ganhar com isso e melhores resultados virão", concluiu Carolina Mendes.
Nas contas do grupo D, a Inglaterra terminou com nove pontos em três vitórias e Espanha (13.ª na FIFA), Portugal (38.º) e Escócia (21.ª) todas com três pontos, mas com vantagem das espanholas e das escocesas nos golos do 'campeonato a três'.
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