Em entrevista à TVI, Fernando Santos abordou a qualificação direta falhada por parte da seleção portuguesa para o Mundial2022, justificando que o problema prende-se com o adversário jogar com três defesas.
"Sempre que defrontámos equipas a quatro isso não se notou. Temos tido sempre dificuldades contra equipas com três defesas. Bélgica ou Suíça, por exemplo. Tem a ver com a forma como enquadramos os jogadores. Não ficamos confortáveis contra 3 defesas. Apesar do pouco tempo que vou ter, sinto que vou resolver a questão. Vamos alterar e vamos colocar os jogadores de uma forma clara, para se sentirem confortáveis, independentemente do adversário", disse o selecionador português em entrevista durante o Jornal das 8.
Fernando Santos foi ainda questionado sobre a irregularidade das exibições de Portugal, nomeadamente de 2018 para à frente.
"Tem havido muita oscilação desde 2018. Os dois últimos jogos foram maus. Quando falamos depois de 2018, com esta nova geração, com características diferentes, passamos a jogar em 4x3x3 e a regularidade exibicional baixou. Houve períodos mesmo baixos mas também outros bons. Em 2019, esta equipa ganhou a Liga das Nações e venceu a Itália, que começou aquela série. No entanto, houve jogos razoáveis, dois deles a caminhar para o mau, nomeadamente contra a Irlanda. E depois dois maus, maus: contra a Alemanha, o pior de todos, e este com a Sérvia. Esperava que a equipa funcionasse, acredito no valor de quem está em campo, mas nunca jogaram em conjunto. Não é dar desconto mas a probabilidade de sair uma boa exibição era menor. A primeira parte contra a Sérvia foi muito mau, só contra a Alemanha foi tão mau. Porquê? Atitude, concentração, isso tiveram... o plano é que não funcionou. E aí a responsabilidade é minha se não consegui passar a mensagem, de pressionar e ter sentido ofensivo. Entrámos muito bem mas depois jogámos nos últimos 30 minutos, não me lembro de fazer isto comigo".
O treinador da equipa das quinas explicou ainda o gesto de Cristiano Ronaldo no final do jogo com a Sérvia.
"Quando o jogo acabou a desilusão era brutal, os jogadores estavam no chão e outros de cabeça baixa. Fui ao campo apoiar os jogadores e quando ia a passar pelo Cristiano falava com o jogador sérvio ali e dizia 'se não me tivessem r... o terceiro golo lá não te estavas a rir'. Só lhe disse para ter calma e segui para apoiar os outros".
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