Portugal recebe a França este sábado, em encontro da quinta jornada do grupo 3 da Liga das Nações A. Um jogo decisivo que poderá dar apuramento para a 'final four' da prova ao vencedor.
As duas seleções têm ambas 10 pontos mas Portugal lidera o grupo, com melhor diferença de golos (9-1 contra 7-3), quando faltam ainda disputar duas rondas.
O jogo está agendado para 19h45, no Estádio da Luz, em Lisboa, e será dirigido pelo alemão Tobias Stieler.
Histórico de confrontos
Em 26 duelos com a congénere França, a seleção nacional apenas conseguiu seis triunfos (embora um deles tenha valido por todos os desaires anteriores). Desses 26 embates, os gauleses ganharam 18, o que dá uma percentagem de 69% de vitórias para o lado francês. Portugal, por seu lado, venceu apenas 6 (23%), havendo registo de dois empates entre as duas seleções, logo no terceiro frente a frente, no longínquo ano de 1927.
Já em relação aos encontros disputados em Portugal, a seleção nacional conta apenas com três vitórias e cinco derrotas em oito jogos. Ou seja, a Portugal perdeu 63% dos jogos que disputou contra a França em casa.
Até agora, todos os jogos entre Portugal e França disputados em território nacional foram amigáveis. O primeiro desses encontros remonta a 1927, quando Pepe e José Manuel Martins 'bisaram' na vitória por 4-0, cabendo ao antigo avançado do Belenenses marcar novamente dois golos no triunfo por 2-0, em 1930, no Porto.
Já em 1946, Portugal voltou a receber a França, em Lisboa, e somou o terceiro triunfo seguido em território luso, dessa feita por 2-1: António Araújo e Fernando Peyroteo marcaram para a equipa das ‘quinas’, enquanto Ernest Vaast anotou o tento dos forasteiros.
A partir desta altura, tudo mudou. Ou seja, desde 1946 que Portugal não consegue bater a França em território nacional. Em 1947, os franceses venceram a seleção das quinas por 4-2, e, dez anos depois, em 1957, ganharam por 1-0, nas duas ocasiões em Lisboa.
Em 1983, França voltou a vencer Portugal, desta vez em Guimarães, por 3-0, com um golo de Jean-Marc Ferrari e dois de Yannick Stopyra. Já em 1997, em Braga, a seleção nacional voltou a ser derrotada pelos franceses (2-0) , com golos de Deschamps, o atual selecionador gaulês, e de Ibrahim Ba.
O último confronto em Portugal ocorreu meses antes do Euro2016 e, mais uma vez, o desfecho foi igual aos quatro anteriores, tendo Mathieu Valbuena decido a partida disputada no Estádio de Alvalade (1-0), em 04 de setembro de 2015.
A forma das equipas
Fernando Santos contou com os 25 convocados no último apronto antes do duelo com os gauleses, realizado na sexta-feira. Em relação aos 25 escolhidos, os avançados Pedro Neto (Wolverhampton) e Paulinho (Sporting de Braga) integram pela primeira vez os ‘eleitos’ do selecionador Fernando Santos.
Já o defesa central Pepe (FC Porto) falhou a lista do selecionador nacional devido a lesão. Em relação à última convocatória, Fernando Santos deixou També, de fora, Bruno Varela (Vitória de Guimarães), Sequeira (Sporting de Braga), Daniel Podence (Wolverhampton, Ing), Rafa Silva (Benfica) e André Silva (Eintracht Frankfurt, Ale).
O lateral esquerdo Mário Rui, que tinha sido retirado da última convocatória, uma vez que foi impedido de sair de Itália devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, volta a estar nas escolhas, tal como José Fonte, Anthony Lopes e Cristiano Ronaldo, que testaram positivo ao novo coronavírus na anterior concentração da seleção.
Do outro lado, Deschamps não vai poder contar com o avançado Ben Yedder, que teve um teste positivo para o novo coronavírus, e vai assim desfalcar a seleção francesa contra Portugal. Além disso, o avançado dos Paris Saint-Germain (PSG) Kylian Mbappé, tem estado lesionado e a sua recuperação a tempo do jogo com Portugal permanece em dúvida.
Entretanto, o médio Houssem Aouar, do Lyon, que tinha sido convocado por Didier Deschamps para substituir Nabil Fekir, do Bétis, lesionou-se na receção ao Saint-Étienne e é mais uma 'baixa' para Deschamps, que, inicialmente, convocou 26 jogadores, mas já teve que gerir várias lesões entre as suas escolhas.
Por outro lado, o avançado Marcus Thuram, de 23 anos, do Borussia Mönchengladbach, filho do antigo internacional Lilian Thuram, constituiu a principal surpresa de Didier Deschamps, para os jogos com a Finlândia (particular em 11 de novembro), Portugal (14) e Suécia (17), para a Liga das Nações.
O que dizem os selecionadores
Na conferência de imprensa de antevisão do encontro, Fernando Santos, selecionador nacional, reconheceu tratar-se de um jogo decisivo no qual, apesar de um empate (sem golos, ao contrário de uma igualdade com golos) poder ser um bom resultado, Portugal irá jogar para ganhar.
"Obviamente que este é um jogo decisivo e ninguém foge a isto. Mas é um jogo entre o campeão da Europa e o campeão do mundo, duas seleções que estão habituadas a estar sempre neste tipo de jogos. Há muito anos que Portugal está habituado a jogos decisivos. E ainda bem. O mal é quando não temos jogos decisivos...Estes jogos são finais para ganhar. Não é uma final total, mas é decisivo no caso de uma vitória de uma das equipas. Vamos puxar isso para a nossa balança. Estamos perfeitamente preparados. Queremos ganhar, é essa a nossa matriz, e jogos decisivos queremos sempre ganhar", disse o Engenheiro.
Na primeira volta, em solo francês, ninguém desfez o nulo num jogo onde pareceu que de ambos os lados houve um enorme receio em perder o encontro, mais do que vontade de o ganhar. Fernando Santos não acha que tenha sido assim, mas admite que voltará a haver muito respeito entre as duas equipas.
"São duas grandes equipas e há que haver respeito de parte a parte, mas não subserviência, porque ninguém pode ter medo de ninguém. Temos jogadores de alto nível, tal como França. Acredito que a França irá apresentar um tridente ofensivo diferente daquele que apresentou na primeira volta, com Mbappé, Martial e Griezmann em vez de Giroud, e com uma estratégia diferente da que apresentou nesse jogo. Teremos de ser a equipa que sempre somos. É um grande jogo e merecia público. Não estou a dizer que devia ter adeptos, mas gostava de ter o estádio cheio. ", prosseguiu.
"Vai fazer a primeira parte do treino e depois vamos ver, vou esperar o que acontece no treino e fazer o ponto da situação amanhã de manhã, antes de tomar decisões", disse o técnico na conferência de imprensa de antevisão da partida.
"Portugal vai fazer tudo para ganhar e nós também. Prever o que possa vir a acontecer é difícil. Provavelmente vai ser similar ao que tivemos, com as equipas muito táticas. Há um mês não houve golos, espero que para nós haja. As intenções vão estar lá. Não vimos cá para nos rebaixarmos. Vamos jogar de forma a criar problemas ao adversário, ter posse e ser eficazes. As duas equipas estiveram bem em outubro, amanhã logo se verá", projetou o técnico.
A recente derrota com a Finlândia também foi tema de conversa. "Não estava irritado. Mas nunca poderia ter um sorriso depois de uma derrota. Estávamos mobilizados, não correu como queríamos. O adversário impôs muito rigor e agressividade defensiva. Se nos vai servir de lição? Talvez. Mas é outro adversário, outro contexto. Portugal também sabe porque está aqui. E se houver uma vitória é decisivo, eu sei e eles também", disse.
Arbitragem
O árbitro alemão Tobias Stieler vai dirigir a receção de Portugal à França, da quinta jornada do Grupo 3 da Liga das Nações A de futebol.
Este sábado, no Estádio da Luz, em Lisboa, Tobias Stieler vai ser coadjuvado pelos compatriotas Mike Pickel e Christian Gittelmann, enquanto o também germânico Sascha Stegemann será o quarto árbitro.
Internacional desde 2014, o alemão, de 39 anos, vai arbitrar pela primeira vez a principal seleção portuguesa, depois de, em 2017, ter arbitrado a derrota dos sub-21 lusos com a Espanha (3-1), na fase de grupos do Europeu da categoria.
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