A seleção portuguesa sofreu muito na Arménia. Sofreu demasiado, e só um Cristiano Ronaldo letal como quase sempre permitiu cumprir e trazer de Erevan os três pontos que os adeptos exigiam.
Mas de Ronaldo falamos depois, porque o melhor deve vir no final, e porque além do herói do jogo houve fatores que podem explicar o inesperado nível de dificuldade da partida.
Por um lado, houve bom futebol da equipa da casa, principalmente na primeira parte. Os arménios agigantaram-se e apresentaram uma equipa compacta que permitiu que Mkhitaryan e Pizzelli arriscassem jogadas mais atacantes diante de uma equipa teoricamente bem superior.
Os bons momentos dos dois jogadores coincidiram com momentos de clara debilidade da equipa portuguesa, em particular na defesa, e o chocante golo de Pizzelli acabou por cair bem à Arménia. O médio nascido no Brasil arriscou e surpreendeu tudo e todos, com um golo de livre direto de grande qualidade.
Houve ainda erros individuais de Tiago e Rui Patrício, de formas distintas. O experiente médio viu dois amarelos e foi expulso numa altura em que Portugal parecia ter o triunfo garantido. A partir daí, o jogo voltou a mudar e a Arménia, galvanizada pela vantagem numérica, procurou o empate.
Foi nesse momento de maior luta do adversário que Rui Patrício facilitou demasiado, ao não conseguir encaixar um remate como mandam as regras, e Mkoyan disse 'muito obrigado' ao guarda-redes, mantendo viva a chama arménia até ao fim.
Há ainda que ter em conta, embora tal não sirva de desculpa para muitos erros, a fase da época: para gos jogadores da seleção foi mais uma temporada exigente, entre Ligas domésticas e competições europeias, e as férias já eram desejadas por muitos.
Quanto a fatores positivos, não há dúvida: houve Cristiano Ronaldo e pouco mais. O salvador do costume somou o terceiro 'hat-trick' consecutivo e encerrou da melhor forma mais uma temporada história. Em 2014/15 foram 66 golos em 60 jogos, em Europeus - incluindo fases finais e qualificação - já são 26, mais quatro do que o turco Hakan Sukur, segundo melhor marcador de sempre na prova.
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