Reprodução parcial da entrevista de Fernando Santos à edição desta terça-feira ao jornal A Bola.
- Quando serão anunciados os 23 finais?
-Em princípio, a 17 de maio. Mas também pode ser depois da final da Taça de Portugal.
- Já tem na cabeça a estrutura do número de jogadores por setor?
- Pensava, inicialmente, que seria 7 defesas, 7 médios e 6 avançados, mas agora, por força da lesão de Danilo, se calhar, será 8-6-6, Isto, claro, sem contar com os guarda-redes.
- Continua a dizer que só há um que está certíssimo?
- Sim, é verdade. Só há um indiscutível.
- Quer dizer, por exemplo, que há uma ínfima possibilidade de Patrício não ir ao Mundial?
- Quando digo que há um indiscutível, que é Cristiano, não escondo que há outros cuja probabilidade de estarem nos 23 finais é de 90 e muitos por cento, para não dizer 99. Nos 23 há mais que são praticamente indiscutíveis, mas em termos de jogo só o Cristiano. O Rui, por exemplo, é um dos melhores guarda-redes da Europa.
- Para quem não é selecionador, haverá 13/14 nomes praticamente certos: Quaresma, Patrício, Ronaldo, Moutinho, William, Pepe, Cédric, Bernardo, André Silva, Gelson, Anthony, Bruno Fernandes e Beto. Andará o povo longe de verdade de maio?
- Não vou comentar esses nomes de que me fala. Vou, sim, dizer que é verdade que há muitos nomes quase certos. A participação numa fase final de Europeu ou Mundial é diferente da participação, por exemplo, num jogo de qualificação. Em termos estratégicos e táticos, é muito diferente. Tiveste na fase final do Euro-2016 jogadores que praticamente só foram utilizados pouco antes de irmos para França. O Renato Sanches, por exemplo, só apareceu na seleção com a Bulgária [25-03-2016], mas são exceções, pois tens de ter conhecimento profundo das ideias do treinador em todas as questões. Sejam elas estratégicas, mentais ou de conceito de jogo. Sob pena de, depois, as coisas não funcionarem.
- Sente alguma dívida de gratidão para com os jogadores que foram campeões da Europa?
- Dívida, não. Tenho, sim, enorme sentimento de gratidão para com os campeões da Europa. Foram brutais. Digam o que disserem, esta equipa foi campeã da Europa! Num contexto tão difícil como outros. Mérito dos jogadores e de alguns que nem chegaram a ir a França e que eu não esqueço.
- Admite chamar alguém por uma questão sentimental?
- Não. Isso não posso fazer. Não posso levar ao Mundial jogadores por mera questão sentimental.
- Obviamente, incluindo o grande herói da final de Paris: Éder.
- Não sei se ele vai ou se não vai. Sei é que ele, ou outro qualquer campeão da Europa, não será convocado por questões sentimentais. Há vários jogadores que estiveram em França e que agora, por diversas razões, não estarão. Vieirinha, por exemplo, está a fazer belo campeonato e, neste momento, está fora. Há outros casos, como o Gelson e o próprio Bernardo [Silva], que não estiveram em França. Não posso ser sentimental ao ponto de pagar algo que os jogadores fizeram. Sei, sim, que escolher os 23 finais é como montar um puzzle.
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