A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) apresenta um resultado líquido positivo de 2,689 milhões de euros (ME) no Relatório e Contas da época 2011/12, que vai ser votado no sábado em Assembleia-Geral (AG) do organismo.

No exercício correspondente à época passada, a Direção contabiliza cerca de 48 ME de receitas e perto de 42 ME de despesas, mas o organismo entendeu reforçar as provisões para processos judiciais, que ainda não transitaram em julgado.

Na componente operacional das demonstrações financeiras, a FPF volta a ter resultados positivos, pela segunda vez consecutiva, um montante que cresceu dos 1,27 ME de 2010/11 para cerca de 1,77 ME na última temporada.

Em conversa com os jornalistas, o presidente da FPF, Fernando Gomes, revelou que a campanha da seleção lusa no Euro2012, no qual chegou às meias-finais, contribuiu com o «valor significativo» de cerca de 16 ME de receitas, enquanto os direitos televisivos e os patrocínios com um montante próximo dos 12 ME.

Questionado sobre a possibilidade de a seleção lusa falhar a qualificação para o Mundial2014, o líder federativo reiterou a esperança no apuramento direto, através do primeiro lugar do Grupo F, admitindo que a ausência da equipa das “quinas” teria «impacto, sem pôr em causa a sustentabilidade», ilustrando com o «orçamento equilibrado para 2012/13, mesmo sem nenhuma seleção presente em nenhuma fase final de uma grande competição».

«Mas sabemos que enquanto houver a mínima réstia de esperança, vamos lugar até ser possível. Sabemos que as coisas não correram bem recentemente. Resta-nos vencer os jogos que nos faltam e, mesmo sabendo que não dependemos de nós, vamos fazer todos os possíveis», rematou Fernando Gomes.

Salientando que a FPF contribui com «dezenas de ME» em contribuições fiscais, Fernando Gomes reiterou que apenas 3,7 ME provêm de contratos-programa com o Estado, dos quais metade vai para as associações distritais e regionais e para as deslocações dos clubes às ilhas.

«Destes cinco por cento de receitas, a FPF não chega a receber um milhão», frisou o dirigente, que vai propor na AG de sábado a aplicação dos cerca de 2,7 ME do resultado líquido do exercício a um programa de apoio às necessidades do futebol não profissional.

Entre as medidas a apresentar aos sócios ordinários consta a redução do valor da inscrição de jogadores para metade na III Divisão, a diminuição das taxas de arbitragem em 60 por cento, a atribuição de um subsídio para todas as deslocações e a dotação de uma verba para a melhoria das infraestruturas dos clubes da II Divisão.